Lembra-se do Mazzaropi?
Orson Peter Carrara
Visitei
o Museu Mazzaropi em Taubaté. Foi inevitável o explodir das lembranças na
infância, quando, morando quase em frente ao cinema em Mineiros do Tietê, pude
assistir muitos filmes do notável ator e diretor. As músicas marcantes, o jeito
caipira de andar de falar, os temas dos filmes e a própria temática sempre
provocando risos, marcaram a vida de muita gente, pelo menos nas lembranças. Os
personagens hilariantes, em ângulos que bem retratam o cotidiano da vida
humana, fizeram época e marcaram o cinema nacional.
Muito
bem cuidado, o novo prédio que agora abriga o museu possibilita ao visitante
recordar muitos fatos ou épocas e mesmo conhecer equipamentos, utensílios e
recursos já superados pelo avanço da tecnologia e que foram usados pelo cinema.
Mas não é só. A história do cinema nacional ali está assinalada, pois que sem
medo de errar, ouso dizer que nosso genial Mazzaropi – que bem conhecia a
linguagem do povo e a usava com mestria – pode ser considerado o Chaplin
brasileiro.
No
museu estão móveis e objetos utilizados nos filmes, cartazes que divulgaram a
produção, os equipamentos pesados e antiquados de projeção, os velhos rolos de
fitas que arrebentavam durante a exibição, entre tantos outros detalhes que
fica impossível descrever numa simples abordagem, mas que registram a história
de um ator. O acervo possui mais de seis mil peças.
Como
se sabe Mazzaropi, cujo nome verdadeiro é Amácio Mazzaropi, nasceu no dia 9 de
abril de 1912, filho único de Clara Ferreira e Bernardo Mazzaropi. Sua
biografia explica o envolvimento com a arte e sugiro a leitor pesquisá-la, até
por questão cultural. Corro o sério risco de omitir detalhe importante da vida
desse gênio do cinema nacional. Foram 32 filmes, sendo o primeiro em 1952 e o
último em 1980. Empreendedor nato, um homem simples que construiu uma indústria
cinematográfica genuinamente nacional, independente e bem sucedida. E faleceu
em 13 de junho de 1981, aos 69 anos.
Administrado
pelo Instituto Mazzaropi, o Museu traduz um belo passeio cultural. Indo a
Taubaté ou passando pela Via Dutra, não deixe de visitá-lo. Mas, mesmo antes de
conhecê-lo pessoalmente, e que se localiza ao lado do Hotel Fazenda Mazzaropi,
acesse os sites para conhecer mais:
museumazzaropi.org.br
mazzaropi.com.br e
institutomazzaropi.org.br
E
ainda fique a vontade para procurar no youtube algo mais sobre o notável e
inesquecível Mazzaropi. Talentos do Brasil, como o foram Chacrinha, Chico
Anísio e tantos outros.
O
que ocorre é que os filhos de Deus trazem consigo suas bagagens dos
aprendizados e experiências anteriores e aqui dão prosseguimento, espalhando ao
seu redor o fruto de suas conquistas, em todas as áreas. Como Chaplin, que pode
ser chamado o médium da alegria, nosso Mazzaropi igualmente trouxe o riso e a
descontração pela alegria pura do coração de seus personagens retratando a vida
caipira de seu tempo. O mesmo fez Chico Anísio ou o Chacrinha, este último um
verdadeiro mestre da comunicação, ainda que pelo deboche.
Os
dons ou o desenvolvimento desses talentos se faz pelas experiências acumuladas,
que não são de hoje, mas fruto de esforços e vivências do passado, em todas as
áreas. Por isso é que encontramos os gênios ou as crianças prodígio. São seres
que se dedicaram a determinada área com empenho, adquiriram enorme experiência
naquela área ou em várias e agora trazem o resultado de suas vivências. Cada um
em sua área, mas todos contribuindo para uma vida melhor.
Por
isso é bem melhor substituir o vício pelo esforço. O aprendizado nunca se perde
e sempre vai aparecer. Walt Disney, Maurício de Souza, Ray Conniff, André Rieu,
Albert Einstein, Irmã Dulce, Pelé, Airton Sena, Zilda Arns, Karol
Wojtyla, Jerônimo Mendonça, Frank Sinatra, Tchaikovsky, Chico Xavier,
Santos Dumont, Victor Hugo ou tantos outros
inesgotáveis nomes que poderiam ser citados, são exemplos marcantes do que o
esforço e a perseverança são capazes de fazer. Não é milagre ou evento
extraordinário, mas apenas fruto do esforço pessoal.
Mãos
à obra, pois, com o nosso próprio esforço pessoal de melhora moral e
desenvolvimento intelectual, ao lado da bondade e do desejo de servir sem
interesse.
Olá, Orson, muita paz.
ResponderExcluirPensei que você comentaria o filme "Jeca e seu filho preto", o qual mostra um curioso caso de mediunismo envolvendo o próprio Mazzaropi, tomado por um espírito e levado a uma alteração de comportamento que só compreendem quando uma mulher pressente a "coisa" e livra nosso matuto do "encosto"...
Abraços.
Boa tarde Orson!
ResponderExcluirGostaria que tivesse mais museus sobre a nossa história e personalidades ilustres como Mazzaropi,são talentos que podem deixar muitos aprendizados para os encarnados!
Abraço fraterno!