Deturpações doutrinárias - Não se agaste tanto...
“Perca total” e “Nóis vamo” -Não se preocupe com as deturpações
– Orson Peter Carrara
Nossa língua portuguesa sofre permanentes deturpações, tanto
na fala incorreta como na escrita que está sujeita desde os erros de digitação
ou na escrita totalmente deformada e mesmo nas abreviaturas que a virtualidade
provocou, com grande prejuízo no idioma. Os dois exemplos no título pouco
representam diante das constantes agressões ao idioma, sua grafia e uso
corrente na comunicação. Mas não se preocupe. A ideia geral, da origem correta,
esta permanece, apesar do uso indevido. Ele, o idioma, é inatacável em sua
grandeza e será assimilado devidamente no tempo por todos nós. Aliás, no
exemplo do título, destaque-se o correto: Perda
total e Nós vamos.
O mesmo raciocínio pode ser aplicado às deturpações variadas
em uso no movimento espírita, em desrespeito à Codificação do Espiritismo, oriunda
da lucidez de Allan Kardec. Fruto de interpretações equivocadas, mal
entendimento, fascinações, personalismos e mesmo ignorância de seus princípios,
encontra-se todo tipo de adulteração ou tentativas e práticas equivocadas,
deturpadas e precipitadas no trato com o impecável texto original de toda a
obra de Kardec, especialmente em se tratando de mediunidade (inclua-se todo o
desdobramento daí advindo), reencarnação, mundos habitados e outras preciosas
orientações.
Considere-se, entretanto, que a ideia geral dos princípios
fundamentais permanece inatacável. Os detalhes das interpretações, entendimento
e usos é que sofrem a natural influência de nossas bagagens ainda medíocres e
nem sempre bem direcionadas, em virtude das mazelas que ainda carregamos
conosco. De uma forma ou outra, todavia, a assimilação vai se dando, consolando
ainda que com equívocos, esclarecendo ainda que precariamente, orientando ainda
que com deturpações. E todos assimilarão no devido tempo porque não há como
alterar ou deturpar o que é da própria Lei e da própria natureza. O
entendimento é que vai evoluindo.
Todos chegaremos à compreensão real da verdade. Os caminhos
podem ser diferentes, e todos eles têm sua utilidade. Não nos preocupemos e nem
nos desgastemos com as deturpações que vamos observando, pois é um processo
natural de crescimento e entendimento. Mas, cumpramos com o nosso dever:
estudar a Doutrina Espírita, com afinco e reflexão, vencendo nossas próprias
opiniões pessoais – sempre precárias e limitadas – e apresentando a Doutrina
Espírita como ela, íntegra e racional, em seu prioritário objetivo: nossa
melhora moral.
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