Série extraordinária na Amazon Prime e na Star plus

 


This is us, porque todos temos uma família

Dr. Carlos Durgante, de Porto Alegre-RS


Em 20 de setembro de 2016, e pouco tempo depois no Brasil, estreou na TV norte-americana a primeira temporada da série This is us, que pode ser traduzida por “Esses somos nós”. No dia 24 de maio de 2022, ela se despediu, sendo exibido o seu último episódio, o de número 106. Durante todo esse tempo, essa sábia e centenária “senhora” nos presenteou os mais verdadeiros, sensíveis e emocionantes retratos da vida real em família. Nela não há heróis com superpoderes como esses que assistimos nos mais variados tamanhos de tela, tipo Homem de Ferro ou vilões interplanetários como o Thanus da Marvel, nem vilões sanguinários que exterminam a vida humana pelos motivos mais banais e irreais que se possa descrever; há, sim, “heróis” reais que demonstram suas habilidades, como a fortaleza, a humildade e a coragem sem deixar de evidenciar suas imperfeições, suas fragilidades, dependências e fraquezas, porque os verdadeiros “heróis” da vida cotidiana assim são forjados. Ao longo das várias décadas em que a história se passa, ora no presente, ora no passado, sem se descuidar de dar uma espiadinha no futuro, vamos nos conectando e mergulhando fundo no complexo contexto psicológico e emocional da família Pearson, onde seus personagens se parecem tanto com a gente que, em certos momentos, já não sei mais onde começa a minha família e termina a dos Pearson. Certamente que me identifiquei com a figura paterna Jack Pearson, pois sou esse pai excessivamente – talvez obsessivamente – conectado aos meus dois filhos e ao meu netinho. Ao mesmo tempo, nessas impressionantes sintonias de almas, identifico características do meu saudoso pai em mim e um pouco de mim no meu filho, que recém está compreendendo a magnitude desse ofício, e, ao que me parece, está se saindo muito bem! Não há como não resgatarmos as preciosas memórias da infância e adolescência em família, centro de onde partem todos os raios que nortearão as vivências de cada um dos personagens ao longo de suas vidas. Essa excepcional série dramática ficcional, mas tão real como nenhuma outra, consegue extrair o melhor do ser humano em meio as suas mazelas e dificuldades inerentes à existência humana, pois somos mais parecidos que diferentes uns dos outros. Amor e cumplicidade conjugais, maternidade, paternidade, família, adoção, amor e amizade entre irmãos, preconceito e bullying, racismo, baixa-autoestima, alcoolismo e outras dependências, traumas, luto, inseguranças, separações e reencontros, altruísmo, bom caráter, superação, recomeços, envelhecimento, Alzheimer, fragilidade, cuidado amoroso, finitude, morte e vida após ela, dignidade e gratidão pelas oportunidades que a vida concede a cada um para edificar as boas obras. Estas são algumas das situações que vamos encontrar nessa série, como retratos genuínos e reais do cotidiano coletivo que constituem a nossa existência. Assim é a vida real e assim somos nós! 

“Espero ser lembrado pelos espectadores como o homem que sempre fez o seu melhor e realmente deseja o bem para as outras pessoas”. Milo Ventimiglia, o Jack Pearson. 

"Um programa realmente adorável sobre pessoas imperfeitas, mas adoráveis, quando o mundo precisava de um pouco disso", Dan Fogelman, criador e roteirista da série


Dr. Carlos, autor do texto, é médico geriatra em Porto Alegre-RS, integrante da ASSOCIAÇÃO MÉDICO ESPÍRITA do RS e da ASSOC. BENEFICENTE ESPIRITA DR. BEZERRA DE MENEZES (também de Porto Alegre-RS) e autor de vários livros. 

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