Na reflexão de Léon Denis

 



Egoísmo dos felizes e desespero dos infortunados – Orson Peter Carrara

 

Duas consequências gerais são produzidas pelo império desenfreado do materialismo na atualidade do planeta e que estão expressas no título desta abordagem.

A afirmação é de Léon Denis no livro O Porquê da Vida (edição CELD) e consta do último capítulo da obra: o IX – Resumo e Conclusão. Transcrevo parcialmente pequeno trecho:

 

“(...) Todo homem que observa e reflete não pode dissimular que a sociedade moderna atravessa uma crise ameaçadora. Uma profunda decomposição a corrói surdamente. O ódio que divide as classes, o engodo do lucro, o desejo dos gozos, tornam-se a cada dia mais rudes, mais ardentes. Quer-se possuir a todo preço. Todos os meios são bons para adquirir o bem-estar, a fortuna, único objetivo que se julga digno da vida. Tais aspirações não podem produzir senão duas consequências: o egoísmo impiedoso entre os felizes, o desespero e a revolta entre os infortunados. A situação dos pequenos, dos humildes é dolorosa, e muito frequentemente, mergulhados em uma noite moral onde nenhuma consolação ilumina, são levados a procurar no suicídio o fim de seus males.”

E prossegue o autor:

“O espetáculo das desigualdades sociais, os sofrimentos de uns, em oposição às aparentes alegrias e a indiferença de outros, atiçam entre os deserdados ardentes cobiças. Daí então a reivindicação de bens materiais se acentua. (...)”

E mais adiante conclui (separei em itens para destacar):

a)      “(...) Se as religiões agonizam, se a fé vigilante morreu, se a ciência está impotente para fornecer ao homem o ideal necessário, para regulamentar sua marcha e melhorar as sociedades, ficaremos todos, então, sem esperança? Não, porque uma doutrina de paz, fraternidade e progresso se eleva sobre o mundo conturbado, vindo apaziguar os ódios selvagens, acalmar as paixões, ensinar a todos a solidariedade, o perdão e a bondade. Ela oferece à ciência esta síntese, aguardada, sem a qual tudo permaneceria para sempre estéril”.

b)     “Triunfa da morte e, para adiante desta vida de provas e de males, abre ao espírito as perspectivas radiosas de um progresso sem limites na imortalidade. Diz a todos: Venham a mim, eu os aquecerei, os consolarei, tornarei suas vidas mais doces, a coragem e a paciência mais fáceis, as provas mais suportáveis. Aclararei com uma poderosa razão seus obscuros e tortuosos caminhos. Àqueles que sofrem darei a esperança; aos que buscam, darei luz; aos que duvidam e desesperam, darei a certeza e a fé.”

c)      “Diz ainda:  Sejam irmãos, ajudem-se, socorram-se em sua marcha coletiva. Seus objetivos estão além desta vida material e transitória; será nesse porvir espiritual que vocês se reunirão como membros de uma só família, ao abrigo das preocupações, das necessidades e dos inúmeros males. Mereçam-no então por seus esforços e seus trabalhos!  A humanidade se erguerá grande e forte no dia em que esta doutrina, fonte infinita de consolações, for compreendida e aceita. Nesse dia, a inveja e a raiva se extinguirão no coração dos pequeninos; o poderoso, compreendendo que tem sido fraco, e que pode redimir-se, que sua riqueza é apenas um empréstimo do alto, tornar-se-á mais caridoso e mais doce com seus irmãos infelizes. A ciência, concluída, fecundada pela nova filosofia, verá cair diante dela as superstições e as trevas. Não mais ateus e céticos. Uma fé simples, grande, fraterna, se estenderá sobre as nações, fazendo cessar seus ressentimentos e suas rivalidades profundas. A Terra, liberta dos flagelos que a devoram, prosseguirá sua ascensão moral, elevar-se-á um degrau na escala dos mundos.”

 

É muito oportuno ler uma página tão atual, apesar de originariamente lançada em 1885, em francês e depois traduzida para o português (publicada no Brasil por várias editoras), dado que a ferocidade do materialismo ainda teima em nosso cotidiano. Apesar do panorama complexo e muito desafiador, vale destacar do trecho as menções da Doutrina de Jesus que nos envia esperança e convite ao bem. Concluo com dois destaques ao leitor para que isso permaneça em nosso coração:

1 - Venham a mim, eu os aquecerei, os consolarei, tornarei suas vidas mais doces, a       coragem e a paciência mais fáceis, as provas mais suportáveis. Aclararei com uma poderosa razão seus obscuros e tortuosos caminhos. Àqueles que sofrem darei a esperança; aos que buscam, darei luz; aos que duvidam e desesperam, darei a certeza e a fé.

2 - Sejam irmãos, ajudem-se, socorram-se em sua marcha coletiva. Seus objetivos estão além desta vida material e transitória; será nesse porvir espiritual que vocês se reunirão como membros de uma só família, ao abrigo das preocupações, das necessidades e dos inúmeros males. Mereçam-no então por seus esforços e seus trabalhos!  

Merece nossa atenção e plena divulgação, alimentando a fé, a esperança e a coragem.

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Em homenagem ao grande autor clássico da literatura espírita, LÉON DENIS (01-01-1846 - 12-04-1927), que nasceu e viveu na França e foi contemporâneo de Kardec, é sinônimo de muito conhecimento e lucidez na análise da Filosofia Espírita. 

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