Diferem entre si sob vários aspectos
Uma lógica natural – Orson Peter Carrara
Afirma o Codificador Allan Kardec, referindo-se aos
Espíritos: “(...) diferindo estes muito uns dos outros, do ponto de vista dos
conhecimentos e da moralidade, é evidente que uma questão pode ser por eles
resolvida em sentidos opostos, conforme a categoria que ocupam, exatamente como
sucederia, entre os homens, se a propusessem ora a um sábio, ora a um
ignorante, ora a um gracejador de mau gosto. O ponto essencial, temo-lo dito, é
sabermos a quem nos dirigimos. (...)”
Essa é uma questão vital: os Espíritos são muito diferentes
em moralidade, conhecimentos e experiência. Então, que não se espere respostas
iguais para categorias e estágios diferentes em que se situam os Espíritos. Não
há contradição, o que há é que se situam em estágios diferentes de maturidade.
Por isso com muita propriedade também acrescenta o Codificador:
“(...) ponderam, como se explica que os tidos por Espíritos
de ordem superior nem sempre estejam de acordo? Diremos, em primeiro lugar,
que, independentemente da causa que vimos de assinalar, outras há de molde a
exercerem certa influência sobre a natureza das respostas, abstração feita da
probidade dos Espíritos. Este é um ponto capital, cuja explicação alcançaremos
pelo estudo (...)”.
Sim! E é aí que a pedagogia do Prof. Rivail entra em cena:
“(...) por isso é que dizemos que estes estudos requerem atenção demorada,
observação profunda e, sobretudo, como aliás o exigem todas as ciências
humanas, continuidade e perseverança. Anos são precisos para formar-se um
médico medíocre e três quartas partes da vida para chegar-se a ser um sábio.
Como pretender-se em algumas horas adquirir a Ciência do Infinito! Ninguém,
pois, se iluda: o estudo do Espiritismo é imenso; interessa a todas as questões
da metafísica e da ordem social; é um mundo que se abre diante de nós. Será
de admirar que o efetuá-lo demande tempo, muito tempo mesmo? (...)”. Os grifos
são nossos.
Essas valiosas observações estão no item XIII da
Introdução de O Livro dos Espíritos. Note-se como não podemos
dispensar conhecê-la e divulgá-la. Esses trechos precisam ser comentados com
frequência, para formar a tão necessária consciência doutrinária do que é o
Espiritismo, como se dá o contato com os Espíritos e todos os seus desdobramentos.
E antes do último parágrafo (que deixaremos de comentar
aqui) do citado item, Kardec ainda traz essa também valiosa informação para
nossa reflexão:
“(...) A contradição, demais, nem sempre é tão real quanto
possa parecer. Não vemos todos os dias homens que professam a mesma ciência
divergirem na definição que dão de uma coisa, quer empreguem termos diferentes,
quer a encarem de pontos de vista diversos, embora seja sempre a mesma a ideia
fundamental? Conte quem puder as definições que se têm dado de gramática!
Acrescentaremos que a forma da resposta depende muitas vezes da forma da
questão. Pueril, portanto, seria apontar contradição onde frequentemente só há
diferença de palavras. Os Espíritos superiores não se preocupam absolutamente
com a forma. Para eles, o fundo do pensamento é tudo. (...)”
Por isso, com ênfase, remetemos o leitor à leitura e estudo
do item XIII da Introdução-LE.
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