Faculdade essencialmente móvel, fugidia e variável

 



Sem Espíritos não há mediunidade – Orson Peter Carrara

 

No especial subtítulo Mediunidade gratuita, constante do capítulo 26 de O Evangelho Segundo o Espiritismo, encontram-se preciosas considerações do próprio Codificador Allan Kardec aos estudiosos e adeptos do Espiritismo. Composto de apenas 4 itens (7 a 10), os parágrafos contribuem de maneira muito expressiva sobre a prática mediúnica. Resumimos (por coincidência também em 4 itens) didaticamente:

 

1 – Os médiuns existem para:  a) Intérpretes dos Espíritos para instrução dos homens; b) Mostrar-lhes o caminho do bem; c) Conduzi-los à fé. No texto compacto do item 7, Kardec acrescenta que os médiuns não podem vender palavras ou feitos que não lhes pertencem. Isso por uma razão muito simples: não são o produto de sua concepção, nem de suas pesquisas, nem de seu trabalho pessoal, pois que mediunidade não é um privilégio, e se encontra por toda a parte; fazê-la pagar seria desviá-la de sua finalidade providencial.

2 – Absoluto desinteresse:  Já no item seguinte (8), Kardec deixa bem claro que a primeira condição para se conciliar a benevolência dos bons Espíritos é a humildade, o devotamento, a abnegação, o mais absoluto desinteresse moral e material. E traz lúcida orientação no início do parágrafo: “Aquele que conhece as condições nos quais os bons Espíritos se comunicam, sua repulsa por tudo o que se seja do interesse egoístico, e que sabe que quão pouca coisa é preciso para afastá-los, não poderá jamais admitir que os Espíritos superiores estejam à disposição de qualquer um que os chamasse a tanto por sessão (...)”.

3 – E também adverte o lúcido Codificador: “Os Espíritos levianos, mentirosos, espertos, e toda multidão de Espíritos inferiores, muito pouco escrupulosos, vêm sempre e estão sempre prontos para responder ao que se lhes pergunta, sem se importarem com a verdade.” Isso também no item 8.

4 – Notável o que está no item 9: A mediunidade “é uma faculdade essencialmente móvel, fugidia e variável, com a permanência da qual ninguém pode contar.” Recomendo ao leitor ler na íntegra o citado item do referido capítulo. É magnífico!  Acompanhem a seleção de pequeno trecho: “(...) a mediunidade não é uma arte, nem um talento, (...) não existe senão pelo concurso dos Espíritos; se esses Espíritos faltarem, não há mais mediunidade; a aptidão pode subsistir, mas o exercício está anulado; assim não há um só médium no mundo que possa garantir a obtenção de um fenômeno espírita em dado instante. (...)”.

 

Os quatro itens acima enumerados estão adaptados, em alguns casos com transcrições parciais de nossa seleção, mas o ideal mesmo é ler, estudar, refletir sobre o compacto capítulo 26, em sua íntegra, especialmente nos itens 7 a 10.

A reflexão em torno do conteúdo previne de ilusões, enganos e deturpações, alertando sobre a gravidade da tarefa mediúnica. Haverá amplo entendimento sobre os equívocos e explorações envolvendo a mediunidade, exatamente pelo desconhecimento de tão peculiar capítulo da obra.


Nenhum comentário:

Agradecemos sua visita e seu comentário!
PS: Se necessário, o autor responderá.