O Público do Centro Espírita


Você já parou para observar o público do Centro Espírita? 
Já refletiu sobre seu comportamento?


Experimente utilizar dinâmicas de grupo (nos estudos e mesmo nas palestras) que estimulem a participação. Haverá grande surpresa ao constatar o quanto o público gosta de participar e reage aos estímulos.

O expositor espírita deve fugir daqueles ares de distanciamento do público. O incentivo da integração sempre deve estar presente. Pequenos fatos do cotidiano, aliado às lições, tornam o estudo ou a palestra extremamente agradável. Esta integração favorece o aprendizado, prende a atenção durante todo o tempo e aproxima o orador/expositor do público presente.

Uma palestra ou estudo jamais deve ser cansativo. Há que ter um perfil que conquiste a atenção, seja pela profundidade da abordagem ou pela descontração com que é apresentado. Considere-se que profundidade não é sinônimo de mesmice ou cansaço. Os participantes ou ouvintes devem sentir vontade de voltar sempre. Ficar aquela pontinha de expectativa sobre qual será a forma com que o coordenador ou palestrante prenderá a atenção do público…

Portanto, a este, o expositor ou coordenador de estudos fica o compromisso de apresentar o melhor que possa de seus esforços. Aí entra sua criatividade e interesse em mostrar a beleza que a Doutrina Espírita possui em seus fundamentos. Podemos extrair muito dos ensinamentos espíritas, mas tudo depende da forma como fazemos isso. Qualquer tema pode ser estudado ou apresentado com profundidade, sem perder-se com o desinteresse do público. Basta observar como apresentá-lo. Aí está o segredo: a dinâmica a ser utilizada. E isto pode ser usado, sem desvirtuamentos, desde que estejamos compromissados com o objetivo maior: o estudo e a divulgação da Doutrina Espírita.

Quando coordeno reuniões de estudo, ouço ou faço palestras, fico sempre a observar o público. Ele sempre reage aos estímulos. Há muito já se foi o tempo em que um lia lá na frente do salão, e o público… dormia …

Hoje, um expositor ou coordenador de grupos de estudos que procura interagir com o público, alcança muito mais resultados, atingindo o raciocínio e o coração do ouvinte. Há vários exemplos de companheiros do movimento que utilizando dessa integração com o público, realizam excelente trabalho de estudo e divulgação espírita.

Observe que uma estória bem contada, com argumentação doutrinária, facilita o raciocínio do ouvinte.

A experiência dos expositores dá-lhes a visão do tipo de estímulo que cada público recebe, nas casas a que estão vinculados. Em algumas casas, as situações mais engraçadas ou emocionantes não provocam nenhuma reação, como a demonstrar que se trata de um público sem hábitos com esta interação expositor/ouvinte, indiferente mesmo, que ali está como cumprindo penosa obrigação. Em outras localidades, percebe-se claramente a descontração do público, participativo, atento, bebendo as palavras, em vivo testemunho das práticas didáticas da Casa.

Tudo isso é algo pra pensar, indicando-nos caminhos que melhorem as casas espíritas, para que elas valorizem seu público, ofereçam-lhes o melhor, ao invés de ficarmos apenas como se a obrigação de quem tem que abrir o centro, realizar as atividades em entusiasmo para ir embora e esperar a hora de recomeçar tudo de novo.

Com tanto que a Doutrina tem a oferecer, como conciliar a mesmice com a dinâmica de nosso tempo?

Mera perda de oportunidade.

Orson Peter Carrara