Nem os espíritos vão

por Orson Peter Carrara

Sabe-se que os espíritos estão por toda parte e que procuram os que lhes interessa, obedecendo ao critério de sintonia com os próprios interesses. Assim é fácil entender que os bons espíritos procuram o bem, a fraternidade, ou, em outras palavras, os grupos e pessoas que estão construindo o bem por toda parte, participando de suas atividades, inspirando-lhes as ações, confortando corações, amparando nas dificuldades. Da mesma forma espíritos ainda em vinculados a interesses grosseiros ou menos dignos também procuram grupos e pessoas que se envolvem com intrigas, calúnias, inveja, ciúme, competições, vingança e situações parecidas.

Isso significa dizer que temos por companhias espirituais exatamente aquelas que se identificam com os interesses e comportamentos que adotamos por norma de vida.

O título da presente abordagem, todavia, tem outro direcionamento. Ele foi motivado pelos constantes lamentos que ouvimos de baixa freqüência ou participação em eventos organizados para estudar e divulgar o Espiritismo. Então, brincamos com o título, como a dizer, em função de programas, títulos, horários, dias, que nem os espíritos vão...

É que alguns detalhes são vitais para o sucesso de freqüência nos eventos que programamos:

a) Citar o dia da semana. Normalmente observa-se informativos, cartazes e divulgações em geral citando apenas o dia. Por exemplo, 10 de outubro, sem citação do dia da semana. Essa informação é vital para situar o evento. É muito conveniente citar o dia do mês e o dia da semana para fixar mais.

b) Título do evento. Sempre há que se considerar que o título do evento, ou da palestra, ou do encontro deve motivar e atrair a participação. Assim também como a maneira como é anunciado. Deve ser com alegria, com estímulo, e não como simples leitura.

c) Horário e dia do evento. É sempre necessário verificar o horário e dia da semana em que se programam os eventos, levando-se em conta a realidade local, da cidade e mesmo da instituição.

d) Divulgação. Deve ser feita por todos os meios possíveis. E-mails, telefonemas, cartas, cartazes, TV, rádio, jornal. E principalmente pelo contato pessoal. E também não adianta com muita antecedência nem muito em cima da hora. É preciso encontrar um ponto de equilíbrio cabível na realidade própria.

A grande questão é conquistar a pessoa que está lendo o e-mail, o cartaz ou o texto de divulgação, ou conquistar sua sensibilidade quando anunciado verbalmente. A pessoa que está ouvindo ou lendo o texto precisa sentir a importância de estar presente, o quanto o evento vai lhe fazer bem. É quando entra a criatividade de quem divulga, de quem organiza.

Imagine, por exemplo, por outro lado, marcar um evento numa final de Copa do Mundo, ou numa terça de carnaval, ou no Dia das Mães. Por mais que queiramos desviar o foco, o comportamento está muito condicionado a feriados e datas que saem da rotina. Aí é muito difícil. O mesmo ocorre com horários, que devem levar em conta a realidade local e mesmo possíveis eventos nacionais que possam prejudicá-los. Por isso a brincadeira: nem os espíritos vão...

O que se pretende dizer é que todo cuidado precisa ser colocado na divulgação e organização de um evento e o principal ingrediente é sensibilizar o público que se deseja atingir. É na criatividade de quem organiza que está o velho segredo.
Quem ouve a divulgação ou lê um texto precisa sentir que precisa ir... Como fazer isso com a eficiência que se deseja? Eis um segredo próprio de cada realidade.

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