Acreditou porque viu...

A questão de crença na imortalidade da alma é algo que faz pensar. Há os apavorados com a possibilidade de um contato com os chamados ´seres do outro mundo´, como também há os que aguardam, esperançosos, um contato com um ser querido que partiu antes. Por outro lado, há os que mesmo vendo não crêem, julgando-se vítimas de uma ilusão, e os que passam a crer depois que viram...

Meras posturas humanas, uma vez que nossa crença ou descrença não altera a realidade vibrante que gira à nossa volta. Aliás, não é nossa opinião ou ponto de vista que vai alterar o que já é, por si só. Nosso ponto de vista ou pobre opinião é o que menos importa, porque simplesmente é apenas um ponto de vista, muito limitado e, diga-se de passagem, é fruto sempre de nossas experiências, nunca completas e nem sempre condizentes com a realidade.

E também não é o fato de ver isso ou aquilo que atesta uma realidade palpável. Uma visão também pode ser uma ilusão, igualmente sujeita a distorções de todo tipo, frutos de nossa imaturidade, tendências, fanatismos e manipulações mentais de toda ordem.
Porém, há que se dizer que existem experiências reais, marcantes e determinantes para alterar a crença. Enquanto uns, como Tomé, que nem vendo acreditam, outros, ao verem com os olhos, constatam a realidade patente de algo que em suspeitavam.
O fato, final, porém, não é ver para crer. É preferível constatar pelo raciocínio, sem precisar ver. E, se ver ou quando ver, já terá dentro de si não a crença, mas a convicção.
Embora a abordagem aqui tenha sido direcionado para a questão da imortalidade da alma, o mesmo raciocínio pode ser aplicado a outras questões temáticas apresentadas pela Doutrina Espírita, como a comunicabilidade dos Espíritos, a reencarnação, a pluralidade dos mundos habitados, entre outras questões. Basta raciocinar. Mais que ver, raciocinar.

É comum ouvir-se a expressão: ´Nunca ninguém voltou para falar...´ Será mesmo? Você já raciocinou sobre isso? Como emitir uma opinião final, sem pesquisar e inteirar-se com profundidade do assunto?

Não é mesmo, definitivamente, uma questão de ver. é uma questão de pensar, raciocinar mesmo!
E o mais engraçado é que, muitas vezes, em muitas pessoas, o fato de ver é determinante para crer, entender, compreender com raciocínio... Ah, os comportamentos humanos. Muitas vezes uma visão é capaz de fazer ´cair a ficha´, como indica a expressão popular. Como aconteceu com Saulo de Tarso, às portas de Damasco, que vendo, mais do que crer, compreendeu o equívoco a que se entregava.
Melhor, pois, pensar, pesquisar, antes que simplesmente recusar...