Decoro "prá lamentar"
A palavra DECORO signfica decência, honestidade, dignidade. Ela é bastante usada e conhecida na formação da expressão decoro parlamentar,
que é a conduta individual exemplar que se espera ser adotada pelos
políticos, representantes eleitos de sua sociedade. Pelo "andar da
carruagem", parece-nos mais indicado alterá-la para o título que usamos
na presente abordagem. Afinal, o que se vê é exatamente o contrário de
decoro, em todas as áreas. É de se lamentar realmente.
Se soubessem nossos políticos e demais
envolvidos com a corrupção da máquina governamental, nas manipulações
de bastidores, no jogo de interesses - repita-se: em todas as áreas – o
buraco que cavam para si mesmos no futuro de reparações perante a
própria consciência que terão que enfrentar não se envolveriam em
corrupções, em jogos de interesses ou nas manipulações a que se
permitem.
Toda lesão que causamos a nós mesmos,
ao próximo, mas também à sociedade, teremos que reparar, custe o que
custar. A lei de causa e efeito é perfeita. Não é castigo, mas
simplesmente consequencia, que nos devolve o que oferecemos à vida.
É ilusória a ganância ou a vaidade
pelo poder e mesmo pelo status social de projeção. Vantagens,
benefícios, momentos de glória e projeção indevidamente utilizados não
compensam os danos posteriores que enfrentaremos perante a própria
consciência.
É que todos temos o dever da honestidade. A própria palavra DEVER
já é indicativa da responsabilidade que detemos perante a vida e toda
vez que enganamos a consciência para atender os interesses ou seduções
que ferem a justiça ou a dignidade, adentramos no periogoso precipício
dos desastres morais que exigirão reparações no futuro. O dever é
obrigação moral perante nós mesmos e perante os outros. É difícil de ser
cumprido porque normalmente é seduzido pela vaidade, pela ganância,
pela ingratidão ou pelo poder e pelas manipulações a que nos permitimos.
Como é uma questão consciencial, ele não tem aplausos ou reprimendas,
permanecendo na intimidade das decisões que conseguimos esconder da
visão alheia, mas permanece conhecido pela própria consciência. E o
futuro, breve ou remoto, nos colocará novamente para o devido
enfrentamento.
É, pois, de se lamentar, o que se vê, o
que se ouve. Nossos políticos, eleitos pelo povo, deveriam honrar o
cargo de alta responsabilidade. Os eleitores, por sua vez,
igualmente nos enquadramos na mesma questão quando o voto é movido pelo
interesse. É falta de decoro mesmo. Os interesses da coletividade não
podem estar expostos ou sobrepostos pelo interesse individual ou de
grupos. Como usar a máquina administrativa de uma instituição, pública
ou não, de uma cidade, de um partido, de uma nação, para atender
interesses particulares? Isso não é coerente, não combina com a
dignidade, com o dever de consciência do papel que assumimos ou
representamos.
Abramos os olhos, como políticos ou
eleitores. A responsabilidade será sempre nossa daquilo que fizermos com
nossos dons, conquistas, recursos, poderes, habilidades, cargos ou
influência...
Melhor ouvirmos mais a
consciência. Afinal, o desfrute de tais situações é tão efêmero, tão
frágil e tão rápido, que não compensa o que enfrentaremos depois, quando
burlamos a consciência.
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