UMA ENTREVISTA SOBRE O PERDÃO
por Orson Peter Carrara
Aloísio Carlos da Silva:
“O objetivo maior da nossa reencarnação é o perdão”
O autor do livro A Terapêutica do Perdão fala sobre a importância do perdão em nossa vida e como proceder para praticá-lo
Aloísio Carlos da Silva (foto), mestre em Educação e professor universitário, é natural de Muriaé-MG, mas residente atualmente em Guarapari-ES.
Espírita
desde o nascimento, fundador e atual presidente da Sociedade Guarapari
de Estudos Espíritas, é autor de vários livros – inclusive na área
acadêmica –, como A Terapêutica do Perdão, recentemente lançado em nova edição.
Para falar sobre o tema perdão e a obra mencionada, ele concedeu-nos gentilmente a entrevista que se segue:
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Como você se tornou espírita? |
Fui
ao centro espírita pela primeira vez aos seis meses de idade. Mas
tornei-me divulgador apaixonado pela Doutrina dos Imortais em 1989,
depois de uma crise obsessiva séria. Saí da crise convicto do
compromisso que assumi nesta existência antes mesmo de reencarnar. A
partir de julho de 1989 passei a palestrar e ministrar seminários em
todo Brasil. No ano 2000 eu já contava mais de 1.000 palestras e
seminários proferidos.
Por que o tema perdão para seu livro?
Considero
que, na nossa condição espiritual atual, o objetivo maior da nossa
reencarnação é o perdão e autoperdão. As famílias na Terra são
constituídas a partir de um planejamento do mundo espiritual em função
do perdão e do autoperdão. A mágoa e a culpa têm-nos paralisado
em existências inteiras. A superação destes sentimentos nos facilita o
caminho da luz. A própria palavra perdão tem sua origem no latino
Perdonare: Per – Intensidade, e donare quer dizer doar, ou seja, doar
com intensidade, doar àquele que te quer mal, querer bem a quem te
persegue e calunia, como nos convida Jesus.
Como surgiu a motivação para o livro?
Surgiu
de uma situação pessoal envolvendo o movimento espiritista. A dor e
decepção foram muito grandes na época. Conversei com Divaldo e ele
lembrou-me que todos passamos por isso, a começar por Jesus. No
Espiritismo ele lembrou Dr. Bezerra, Chico Xavier entre outros. Mas
percebi que é doloroso e muito difícil, considero uma espécie de batismo
de fogo para aqueles que querem divulgar o Evangelho de Jesus à luz do
Espiritismo.
Nos sucessivos capítulos, há casos e casos envolvendo o tema. Fale-nos sobre essa característica.
Aos
poucos fui-me lembrando de outros casos pessoais e escrevi sobre eles,
além de citá-los nas palestras que faço por todo o Brasil.
Como sente o público durante tais abordagens?
Acho
que as pessoas se identificam porque todos nós somos muito parecidos.
Alguns, sabendo que sou palestrante espírita e escritor, me contam
outros casos. Alunos meus também relataram alguns.
Como definir a relação perdão-desequilíbrios- enfermidade-saúde?
Conforme
alguns capítulos do livro, a relação é direta, além de imediata e
mediata. A mágoa e a culpa causam males imediatos que vão desde
uma diarreia, problemas de coluna, depressão, ansiedade, problemas de
nervos, envelhecimento precoce. Também causam males mediatos como
câncer, infartos, problemas respiratórios etc. Alguns males nos
acompanharão no além-túmulo e farão parte da nossa próxima
reencarnação.
Qual o maior benefício de perdoar? Por quê?
Libertação,
esse o primeiro benefício, depois a paz, concomitante à alegria de
viver. É como se tirássemos um peso de duzentos quilos das costas.
O tema tem-lhe trazido muita repercussão? De que forma?
Muita.
Durante as palestras muitas pessoas choram, porque, junto com a
exposição, faço com elas uma imersão para dentro de si mesmas e elas
descobrem o "Deus" interior que são e que é possível perdoar desde que
tenham a ferramenta correta. As primeiras edições do livro esgotaram-se
rapidamente por isso. Um faz a leitura, indica para o outro e de mão em
mão a notícia se espalhou.
Conte-nos um caso que você considera marcante.
Um
jovem espiritista deixou o livro em cima da mesa na casa de seus pais.
Seu pai, por uma situação de mágoa e ciúme da esposa, mãe do rapaz,
planejou jogar gasolina na mulher e depois riscar o fósforo. Enquanto a
esposa não chegava do trabalho, ele resolveu ler uma página do livro, e
em seguida decidiu abandonar a ideia infeliz. Foi o próprio pai que me
contou esse fato, aos prantos... Hoje ele frequenta o centro espírita e
dedica-se à atividade social de distribuição da sopa aos moradores de
rua.
Quais os passos para perdoar sinceramente? Como fazer isso realmente?
Primeiramente
saber que tudo que nos acontece concorre para o nosso bem. Depois
perceber que nunca somos vítima; se algo nos aconteceu, no mínimo
resgatamos. Que na vida nada é pessoal, a pessoa que nos machucou traz
consigo muitos conflitos e por isso tomou aquela atitude, ou seja, por
causa dos conflitos pessoais dela e não por nossa causa. Partindo desses
pontos, o passo seguinte é querer perdoar e buscar ajuda. Ler o livro é
uma delas, buscar o atendimento fraterno no centro espírita é outra, e a
oração diária também.
Algo mais a acrescentar?
Tenho três paixões que movem minha existência: minha família (pais, esposa e meus cinco filhos), o Espiritismo e a terceira é a profissão de professor de filosofia. Tenho um programa semanal - www.radioespirita.net.br - às quintas-feiras, às 20h, com reprise no sábado, às 20h, quando respondo às perguntas dos ouvintes.
Nota da Redação:
A obra citada na entrevista já se encontra disponível na Solidum Editora, que a publicou, podendo ser adquirida junto às Distribuidoras de Livros ou diretamente na Editora, tel.
A obra citada na entrevista já se encontra disponível na Solidum Editora, que a publicou, podendo ser adquirida junto às Distribuidoras de Livros ou diretamente na Editora, tel.
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