Autenticidade Incontestável
por Orson Peter Carrara
Ele
veio para ensinar, exemplificar. Vida simples, mas cheia de grandeza, de
abnegação e sacrifício, e deixou traços que não se apagam.
Sua figura ultrapassa todas as concepções do pensamento. Eis porque não pode
ela ter sido criada pela imaginação. De serenidade incomparável, não se nota
mácula nenhuma, nenhuma sombra, deixando clara que todas as perfeições se
fundem, com uma harmonia tão perfeita que se nos afigura o ideal realizado.
Sua doutrina, toda luz e amor, dirige-se sobretudo aos humildes e aos pobres, a
essas mulheres e homens curvados sobre o planeta, a inteligências esmagadas ao
peso da provação e do sofrimento, em palavra de vida que as deve reanimar e
consolar.
E essa palavra lhes é prodigalizada com tão penetrante doçura, exprime uma fé
tão comunicativa, que lhes dissipa todas as dúvidas e os arrasta a seguir em
tais pegadas.
Na verdade sua finalidade era colocar ao alcance de todos o conhecimento da
imortalidade e da paternidade comum, cuja voz se faz ouvir na serenidade da
consciência e na paz do coração.
Pouco a pouco tais ensinos, transmitido verbalmente nos primeiros tempos, se
altera e sofre adulterações sob influência de correntes opostas, que agitam a
sociedade através do tempo.
Seus continuadores, escolhidos por Ele mesmo, muito bem o tinham sabido
compreender; haviam recebido o impulso de sua vontade e de sua fé. Mas seus
recursos intelectuais eram restritos à época em que viveram e não puderam senão
conservar, pela memória do coração, as tradições, os pensamentos morais e o
desejo de regeneração que lhes havia Ele depositado no íntimo. Na jornada que
empreenderam, através do tempo, formaram, de cidade em cidade, grupos de
cristãos, aos quais revelaram os princípios essenciais; depois alcançaram
outras regiões.
Nestes momentos difíceis para a humanidade, a ÚNICA solução está Nele mesmo:
Jesus de Nazaré! Não há alternativa de construção, ou reconstrução, da
dignidade, do caráter, da solidariedade e da fé autêntica.
Mais que títulos que dividem a compreensão da fé, de incomparável autenticidade
– desde que devidamente a conheçamos –, do exemplo de vida, dos ensinos e da
potente força oriunda de sua doutrina, alcançamos uma época tal de maturidade
intelectual que nos convida a estendermos as mãos uns aos outros, ao invés de
nos debatermos em idéias localizadas ou motivadas por tolo egoísmo.
A clareza de sua doutrina, exaltando a imortalidade, apresentando o Pai comum e
convidando ao amor (em toda a sua extensão), deve ser a alavanca de nosso ideal
de vida; deverá constituir nossa maior motivação, será a fonte de orientação,
consolo e coragem diante dos desafios naturais da vida humana. É luz, brilhante
farol, a iluminar nossos caminhos; orientação segura que nos dirige, para nos
reerguemos de nossos fracassos e limitações e exaltarmos o valor extraordinário
da vida e de suas experiências.
Isto tudo convida à conjugação de verbos essenciais para a felicidade e paz que
desejamos construir: trabalhar, solidarizar-se, tolerar. Sim, trabalho,
solidariedade e tolerância. No alto sentido de compreendermo-nos uns aos
outros, de estendermos nossas mãos. Afinal, todos, mas todos mesmo, precisamos
muito uns dos outros...
E, por sermos tão iguais e tão diferentes, ao mesmo tempo, em todas as
situações e circunstâncias, é que cabe-nos o dever da mútua compreensão, mútua
tolerância, mútuo trabalho e mútua solidariedade. Há outro caminho?
Ele
é o modelo e guia para a Humanidade. Esforcemo-nos para segui-lo, mais que a
rótulos ou divisões humanas.
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