Dever de gratidão
por Orson Peter Carrara
Devemos tudo à
Vida abundante que desfrutamos. Deus, o Criador, dotou-nos de vida e
possibilitou-nos intenso e contínuo aprendizado. Para que pudéssemos evoluir,
aprender, e, portanto, adquirir méritos do esforço colocado a serviço da
conquista da felicidade, cercou-nos de inúmeros recursos. Entre eles estão as
maravilhas produzidas pela natureza. Desde o espetáculo do nascer do sol - que
soa como amável e silencioso convite ao trabalho -, às frutas ou perfume das flores,
à condição de seres sociais que se relacionam para o mútuo crescimento e mesmo
a uma infinidade de tesouros que nem percebemos. Sempre estão a nossa volta e o
espaço desta página seria insuficiente para relacionar.
Colocou-nos
num planeta rico de possibilidades e perspectivas. Dotou o planeta de água,
fauna e flora abundantes; deu-nos os animais, pássaros e outros seres como
companheiros de viagem e ainda escalou experimentados irmãos mais velhos que
visitam o planeta periodicamente para ensinar o caminho do acerto e da
felicidade. Entre eles, o maior de todos, Jesus de Nazaré, mensageiro do
Evangelho, porta-voz direto do Pai Criador e que vivenciou em si mesmo o que
ensinou.
Diante
das possibilidades abertas, a humanidade vai caminhando, errando, acertando,
aprendendo. Descobrimos nossas próprias leis, estamos pesquisando o que ainda
nos intriga e lutamos contra dificuldades e obstáculos que são próprios e
naturais de nosso atual estágio evolutivo. Sim, porque somos criaturas em
caminhada, imperfeitas, inacabadas. O tempo nos levará à perfeição relativa,
quando estaremos promovidos à condição de cooperadores da grandiosa obra de
Deus.
Essas
reflexões todas convidam-nos a pensar com mais seriedade sobre a vida no
planeta. Não estamos aqui a passeio. Também não estamos no planeta pela
primeira nem última vez. Somos todos irmãos, devemo-nos solidariedade recíproca
e cumprimos um justo programa de auto-aperfeiçoamento, cuja finalidade é o
progresso individual e coletivo. E neste coletivo incluímos toda a sociedade do
planeta, em todos os sentidos e níveis que se queira analisar.
No
geral, devemos entender que, como filhos de um Pai Bondoso e Justo, que ama
profundamente suas criaturas, fica o dever do auto-aprimoramento intelecto-moral,
único instrumento real de equilíbrio e felicidade. E consideremos que tudo isto
enquadra-se até num dever de gratidão a tudo que recebemos diariamente de Deus,
o Pai de todos nós.
E
pensemos que o auto-aprimoramento intelecto-moral nos levará pelo menos a duas
conseqüências inquestionáveis: dominaremos o egoísmo feroz que ainda nos domina
(o que determinará o fim da onda de sofrimentos que abate o planeta) e
partiremos, porque mais conscientes, aos deveres da solidariedade que, por
conseqüência, trarão o equilíbrio que esperamos
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