Procuremos brilhar!
Orson Peter Carrara
Na anunciada renovação de ânimos e de novos rumos, trazida com a
mudança de calendário no findar e início de cada ano – onde planejamos e
revemos ações alimentando o desejo de melhora –, nada mais justo que
procurar uma bela inspiração que nos ajude nisso. Afinal trocamos votos
de harmonia e paz, confraternizamos e realmente queremos que o ano novo
apresente mudanças positivas. Como dispensamos a ilusão do acaso, tendo
consciência que a mudança começa em nós mesmos, firmemos referido ideal
em algo concreto.
O título usado na presente abordagem não possui qualquer sentido de
vaidade ou prepotência, como alguns podem supor, mas indica um caminho
para o qual convido o leitor trilhar comigo num raciocínio lógico e
bastante convidativo:
“(…) a abelha suga a flor, o abutre reclama despojos, o homem busca
emoções. (…) Há os sofredores inveterados, (…) pessimistas que se
enclausuram em nuvens negras (…). Temos os ironistas e caçadores de
gargalhadas (…). Observamos os discutidores (…) com o único objetivo de
recolher contradições para sustentarem polêmicas infindáveis (…). Nos
variados climas do mundo, há quem se nutra de tristeza, de insulamento,
(…), de revolta (…)”, entre tantos outros exemplos de comportamentos
humanos que poderíamos acrescentar e que a imaginação do leitor pode
incluir…
O que nos interessa, todavia, é um roteiro de mudanças positivas no
quadro individual que vai refletir necessariamente no clima geral da
vida humana. Para isso pensemos no cristão autêntico. Este “(…) pede a
luz da sabedoria, a fim de aprender a semear o amor (…)”.
Tudo isso para dizer que, dentro das escolhas individuais “(…) Se a
candeia ilumina, queimando o próprio óleo, se a lâmpada resplende,
consumindo a energia que a usina lhe fornece, ofereçamos a
instrumentalidade de nossa vida aos imperativos da perfeição, para que o
ensinamento do Senhor se revele, por nosso intermédio, aclarando a
senda de nossos semelhantes. (…)”.
Nesse ponto cabe um questionamento individual que cada consciência
responde por si mesmo: o que é oferecer a instrumentalidade de nossa
vida aos imperativos da perfeição?
Não ouso responder, deixando à reflexão do leitor, pois que
desdobramentos extraordinários daí podem ser obtidos. São caminhos que
respondem ao ideal da renovação que propalamos a cada mudança de
calendário.
Lembrando que o Mestre da Humanidade proclamou Brilhe vossa luz!,
atentemos que igualmente podemos brilhar! Daí o convite: Procuremos
brilhar! Sim, o brilho da honestidade, da perseverança, da esperança, da
alegria de viver, da solidariedade, do trabalho contínuo, da bondade e
do esforço da melhora individual.
O convite afirmativo foi feito por Emmanuel, pelas mãos de Chico
Xavier, e está na apresentação do pequeno grande livro Vinha de Luz, no
prefácio datado de 25 de novembro de 1951, na edição da FEB. Pois que,
afinal como o mesmo autor conclui no último parágrafo do capítulo 1 da
mesma obra: “O problema do discípulo do Evangelho não é o de ler para
alcançar novidades emotivas ou conhecer a Escritura para transformá-la
em arena de esgrima intelectual, mas, o de ler para atender a Deus,
cumprindo-lhe a Divina Vontade”.
Hoje comecei o dia olhando o sol e me perguntando: qual a Vontade
Divina? Já parou para pensar nisso, meu amigo, minha amiga?! As
respostas são muitas, mas todas elas levam a uma única conclusão: o amor
de Deus pelos filhos…
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