Posso falar de experiência própria – Orson Peter Carrara
Orson Peter Carrara
Realmente é um
flagelo. Os sintomas são torturantes, trazendo indisposição generalizada, dores
nos ossos, febre alta, entre outros sintomas já conhecidos de quem contraiu a
doença.
A
sensação predominante é de muita indisposição, perda do apetite com completo
desarranjo da vontade alimentar-se – gerando vômitos inclusive – e parece que
até mesmo o raciocínio fica lento. Claro que há variações de pessoa para
pessoa, mas o quadro é dolorido, cruel mesmo posso classificar.
Falo
da dengue. Também a contraí. Portanto, posso falar dos malefícios
generalizados. Matão tem centenas de casos e vemos esse mal espalhar-se pelo
Brasil. Descuido doméstico ou público? Penso que os dois, pois a
responsabilidade não é apenas das autoridades, mas também do cidadão. A
fiscalização dos possíveis criadouros começa em casa.
Muitos
cuidamos de nossos quintais, atentos que estamos às conhecidas instruções e
campanhas das autoridades e dos órgãos de saúde. Mas há ainda comportamentos
desatentos e relapsos que permitem a proliferação do mosquito.Como
já é o segundo caso na família, penso ser até um dever de cidadania abordar o
assunto também. Temos cuidado do espaço doméstico onde vivemos, mas de que
adianta se outros locais não recebem a devida atenção?
Como
são muitos os casos na cidade, as ocorrências difíceis da enfermidade em
crianças e idosos acentuam ainda mais o quadro desse autêntico flagelo.
Já
não se trata apenas da decisão e providências de autoridades, mas é um caso de
comprometimento individual na eliminação de possíveis focos, com fiscalização
pessoal e atenta observação de circunstâncias que favoreçam a multiplicação do
agente transmissor. Isso implica em não se permitir água parada. Pneus, calhas,
vasos, ralos, garrafas e outros recipientes ou espaços vazios em que a água
permaneça devem merecer nossa atenção permanentemente, para eliminarmos algo
que não precisamos passar. Se estamos enfrentando essa “parada” é porque
estamos desatentos no geral.
Será
preciso que o quadro se agrave ainda mais com a dengue hemorrágica para que
assumamos a responsabilidade pessoal?
É
um dever de cidadania, é um caso de saúde pública.
Quando
me senti pessoalmente atingido pude avaliar os prejuízos que podemos evitar.
Espaços dos hospitais ocupados, que poderiam ser preenchidos com necessidades
mais urgentes, o próprio custo da enfermidade e seus desdobramentos, entre
outras questões poderiam não existir...
Pensemos
com seriedade na questão. Não é por acaso que há tempos as autoridades
conclamam a população para a parte ativa que nos cabe como cidadãos.
A
dengue realmente não é brincadeira. Observemos os espaços à nossa volta.
Isso
significa respeito à vida, gratidão aos benefícios da saúde e da convivência
saudável. Ou vamos aguardar esse enfrentamento pessoal para entender?
Diante
do quadro sofrido que enfrentei, não pude silenciar. A consciência cobrou o
dever do alerta àqueles que não se deram conta da gravidade de tal
circunstância.
Isso
lembra uma lei clara, muitas vezes esquecida: a Lei de Sociedade. Somos seres
sociais, que nos devemos mutuamente respeito e solidariedade. Viver indiferente
às questões sociais é puro egoísmo, atitude incoerente com a paz que tanto
desejamos viver e construir. Estamos todos juntos no “mesmo barco”, totalmente
dependentes uns dos outros, o que resulta em deveres recíprocos, entre os quais
até a atenção com esse flagelo que avança no país: a dengue. Cuidado, pois!
Nenhum comentário:
Agradecemos sua visita e seu comentário!
PS: Se necessário, o autor responderá.