Chaves que libertam

 por Orson Peter Carrara
               
Alguns estados emocionais e mesmos algumas circunstâncias são verdadeiras prisões, quase algemas que impedem viver em harmonia, com evidentes prejuízos à saúde e à convivência. Afinal as dificuldades existem e é preciso aprender a conviver com elas, tirando das adversidades os aprendizados de libertação, construindo chaves que libertam.

Relacionamos algumas prisões, extraídas de estados emocionais ou de situações em que qualquer um de nós pode se situar no cotidiano:
Desgosto – O contratempo aborrece. Sem ele, contudo, não adquirimos experiência;
Obstáculo – Ele atrapalha. Sem eles, porém, não efetua a superação das próprias deficiências;
Decepção – Ela incomoda. Mas aprendemos a discernir entre o certo do errado;
Enfermidade – Ninguém a deseja. Mas sem ela não se consolida a preservação da saúde;
Tentação – São muitas e conturbam. Mas sem ela não se consegue medir a própria resistência;
Prejuízo – Quem não os tem? – Ele fere, mas constrói segurança na relação uns com os outros;
Ingratidão – Estraga a vida. Com ela, porém, construímos verdadeiros valores afetivos;
Morte – Traz dor. Com ela, todavia, alcançamos renovação e livramo-nos de tolas ilusões.

Claro que não podemos fazer apologia das dificuldades, mas é preciso reconhecer que são elas, as dificuldades, que nos despertam da sonolência ilusória das formas. Sem elas, eternizaríamos paixões, enganos, desequilíbrios e desacertos, razão pela qual é justo interpretar as adversidades das circunstâncias como autênticas chaves libertadoras, que funcionam em nós a fim de mudarmos para o que devemos ser realmente, sem ilusões ou falsidades, mudando em nós – por dentro e por fora – aquilo que nos compete mudar.

Quem já não experimentou os itens acima enumerados? Considerados indesejáveis, são verdadeiros mestres que nos ensinam a viver com simplicidade, nos encaminham para a humildade, nos ensinam a esperar e nos estimulam à tolerância, conduzindo-nos seguros para o bem e para a gratidão a Deus. Não devemos enxergá-los como inimigos ou presenças indesejáveis, mas acolhê-los como lições que ainda precisamos aprender para sermos melhores.

Tais reflexões não são minhas. São de André Luiz, na psicografia de Chico Xavier. Adaptei o texto para o artigo, extraindo as “chaves” e algumas transcrições parciais do livro Meditações Diárias, edição do IDE-Araras, que é repleto dessas lições valiosas selecionadas de diversas obras editadas por aquela editora. Possivelmente vai se transformar em palestras, com casos, exemplos e dicas incluídas em cada item acima relacionado.




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