O grande entrave da neutralidade
Entrevistei
o amigo Alessandro Viana Vieira de Paula, Juiz de Direito na cidade de
Itapetininga-SP, a propósito de vários temas ligados às dificuldades sociais da
atualidade. Como se trata de entrevista bem extensa, selecionei duas das
respostas para trazer à apreciação dos leitores, face à importância das
considerações daquele amigo. São as questões 5 e 6, que transcrevo:
5 - De sua
experiência profissional, como encarar o sistema prisional brasileiro e os
ditames da Lei de Progresso no estágio atual do país?
O sistema prisional
brasileiro ainda é precário, porque onde há superlotação, sedentarismo dos
apenados, descaso com a saúde, atrasos na concessão dos direitos dos presos e,
para agravar, a existência do crime organizado, de forma que raramente se
consegue recuperar o preso. Quando o preso termina sua pena ou obtém a
liberdade ele ainda sofre o preconceito social, porque é muito difícil alguém
acreditar nele e lhe dar uma nova oportunidade. Mas a transição planetária está
a todo vapor, portanto, numa sociedade mais cristã essas questões tendem a
mudar. Cabe ao cristão acreditar na recuperação do indivíduo, fazendo a sua
parte, por exemplo, visitas religiosas nas unidades prisionais, ofertar emprego
aos egressos, ajudar suas famílias etc.
6 - Como
venceremos, como nação, esses imensos desafios sociais da atualidade?
Esses desafios sociais atingem, na atualidade, o ápice porque estamos
vivendo esse momento importante de transição planetária. Como sabemos, os que
praticam o mal um dia despertarão para o bem, mas, o grande entrave para o
progresso, se dá com os neutros. São aqueles que não fazem o bem e nem o mal,
ficam acomodados. A dor e sofrimento atingem índices alarmantes para tocar
esses neutros, a fim de que tomem uma decisão e possam optar pela ação efetiva
no bem. Dessa forma, para vencer temos que assumir as nossas responsabilidades
de cristãos, procurando ser útil para o próximo e para a sociedade, colaborando
ativamente na construção da sociedade do porvir.
A motivação de trazer referidas respostas aos leitores veio sobre a abordagem que se refere aos neutros. Neutros são os omissos, os que ficam “em cima do muro”, muitas vezes apenas para criticar. Não movem braços, nem ações, e se deleitam na crítica a quem está trabalhando e se esforçando para algo colaborar nesse incêndio social que vivemos.
A motivação de trazer referidas respostas aos leitores veio sobre a abordagem que se refere aos neutros. Neutros são os omissos, os que ficam “em cima do muro”, muitas vezes apenas para criticar. Não movem braços, nem ações, e se deleitam na crítica a quem está trabalhando e se esforçando para algo colaborar nesse incêndio social que vivemos.
A neutralidade é cômoda, não exige nada. É realmente o grande entrave do progresso porque a posição é apenas de quem observa, acomodado, o incêndio e as tragédias que se repetem diariamente – fruto da miséria que gera a violência, que por sua vez traz a tensão permanente que envolve a vida humana –, deleitando-se na crítica ou, pior, na indiferença, na omissão. Sem buscar fazer o que lhe é possível, por mínimo que seja.
A outra expressão constante de uma das respostas é a que se refere às nossas responsabilidades cristãs. Nós, os cristãos, os adeptos do Evangelho – sem importar a denominação que utilizemos ou sigamos – estamos nos distraindo nessa imensa responsabilidade de apoiar o esforço do Cristo na regeneração do mundo. Ainda nos mantemos no egoísmo, na vaidade, na disputa, na arrogância.
Não temos outra alternativa para alcançar a felicidade e paz que se busca no mundo: ou melhoramos a nós mesmos ou melhoramos a nós mesmos.
A paz social que se busca está no mútuo estender das mãos, está na solidariedade e nos esforços individuais de melhora moral. Aprimorando-nos moralmente, influenciaremos nossos filhos que, por sua vez, se tornam cidadãos íntegros que mudam o panorama social.
É o caso de nos auto observarmos sobre a nossa neutralidade ou comprometimento com o bem geral que deve gerir nossas ações. Ou, em outras, palavras para nos questionarmos individualmente: como está o cumprimento de nosso dever?
Orson Peter Carrara – orsonpeter92@gmail.com
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