Quando foi que esquecemos?
– Orson Peter
Carrara
Eis um texto que precisa ser lido em horário nobre
na TV. Transcrevo na íntegra porque é algo que merece ser lido, precisa ser
divulgado e mesmo comentado em família:
“Em entrevista,
uma jovem contou que tinha uns sete anos quando foi com sua mãe ao mercadinho
perto de casa. Enquanto a mãe fazia as compras, ela, menina, escondeu um doce
de leite no bolso.
Na saída,
sentindo-se a garota mais esperta do mundo, mostrou o doce e disse: Olha,
peguei sem pagar.
O que ela
recebeu de retorno foi um olhar severo. E, logo, a mãe a tomou pela mão,
retornou ao mercado, fê-la devolver o que pegara e pedir desculpas.
A garota chorou
demais. Sentiu-se morrer de vergonha. Entretanto, arrematou, concluindo: Isso
me ensinou o valor da honestidade.
*
* *
É possível que
vários de nós tenhamos tido experiência semelhante. Por isso, indagamos: Quando
foi que deletamos a mensagem materna? O que nos fez esquecer o ensino da
infância?
A infância é o
período em que o Espírito, reencarnado em nova roupagem corpórea, se apresenta
maleável à reconstrução do seu eu.
É o período em
que as falas dos pais têm peso porque, afinal, eles sabem tudo.
Mirar-se no
exemplo dos pais é comum, considerando que, no processo de educação, os
exemplos falam muito mais alto do que as palavras.
Por que, então,
deixamos para trás as lições nobres? Quantos de nós, ainda, tivemos professores
que iam muito além do dever e que insistiam para que fôssemos responsáveis,
corretos?
Criaturas que se
devotavam, ensinando com o próprio exemplo, as lições da gentileza no trato, a
hombridade, o valor da palavra empenhada.
Se todos nós
viemos de um lar, o que nos fez desprezar a honra, a honestidade e tantos de
nós nos transformarmos em políticos corruptos, em maus profissionais, em seres
que somente pensam em si mesmos?
Não pegue
nada que não lhe pertença.
Se achar um
objeto, procure o dono porque ele deve estar sentindo falta dele.
Respeite o
seu semelhante, o seu espaço, a sua propriedade.
Os bens
públicos são do povo e todos devem ser com eles beneficiados. A ninguém cabe
tomar para si o que deve ser bem geral.
Digno é o
trabalhador do seu salário.
Respeite a
servidora doméstica, o carteiro, o lixeiro. São valorosos contribuintes das
nossas vidas.
Lembre de
agradecer com palavras e delicados mimos extemporâneos o trabalho diligente
dessas mãos.
Cumprimente
as pessoas. Sorria. Ceda seu lugar, no coletivo, ao idoso, ao portador de
necessidades especiais, à grávida, a quem carrega pequenos nos braços.
Ceda a vez
no trânsito, aguarde um segundo a mais o pedestre concluir a travessia, antes
de arrancar com velocidade, somente porque o sinal abriu.
*
* *
As leis são
criadas para que, obedecendo-as, vivamos melhor em sociedade.
Mas gentileza
não está normatizada.
Honestidade é
virtude de quem respeita a si mesmo, ao outro, ao mundo.
Pensemos nisso.
Façamos um retorno à infância, pelos dias dos bancos escolares, lembremos dos nossos
pais, dos mestres, das suas exortações.
E refaçamos o
passo. O mundo do amanhã aguarda nossa correta ação, agora, ainda hoje.”
Extraído na
íntegra do site www.momento.com.br ,
com com citação de narrativa do artigo Como nossos pais, de Jaqueline Li, Jéssica
Martineli, Rafaela Carvalho e Rita Loiola, da revista Sorria, de
outubro/novembro/2012, ed. MOL..
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