Como Melhorar?
Orson Peter
Carrara – orsonpeter92@gmail.com
Há um meio prático de se melhorar
nesta vida, moralmente falando, resistindo às más tendências e procurando
adquirir mais virtudes? Uma recomendação do filósofo Sócrates indica o melhor caminho: Conhece-te
a ti mesmo!
Isso significa uma viagem interior de
questionamentos, uma entrevista onde somos o entrevistado e o entrevistador.
Sim, questionarmos a nós mesmos, avaliando diariamente o próprio
comportamento para averiguar se alguém tem algo a reclamar de nós ou se
cumprimos com o próprio dever no dia que passou. Esta auto-avaliação pode ser
resumida em cinco itens:
a) Interrogarmo-nos sobre o que temos feito;
b) Com que objetivo fizemos ou agimos dessa ou daquela
forma;
c) Se fizemos algo que
censuraríamos se praticado por outra pessoa;
d) Se algo fizemos que não ousaríamos confessar;
e) Se ocorresse a morte, teríamos temor do olhar de
alguém?.
E poderíamos ainda examinar se agimos contra Deus, contra nosso próximo e contra nós mesmos. As respostas obtidas nos darão o descanso para a consciência ou a indicação de um mal que precisa ser curado. Havendo dúvida sobre determinado comportamento, há ainda um passo decisivo: “(...) Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, inquiri como a qualificaríeis, se praticada por outra pessoa. Se a censurais noutrem, não na podereis ter por legítima quando fordes o seu autor (...) “. Esta dica, inclusive é precisa para possíveis questionamentos sobre ilusões do julgar-se a si mesmo, atenuando as faltas ou tornando-as desculpávies. Se censuramos no comportamento de outra pessoa, é sinal que não aceitamos. E, portanto, trata-se de comportamento que não devemos adotar. A formulação nítida e precisa de questões dirigidas a nós mesmos sobre o móvel de nossas ações ou o questionamento de nossas motivações é o caminho de nos conhecermos. E, convenhamos, conhecendo a nós mesmos, alcançaremos a reforma moral. Imagine-se agora se cada ser humano travar essa intensa luta consigo mesmo para melhorar-se a si mesmo, teremos um mundo melhor. É o que todos desejamos, não é?
Anotações preciosas essas, de Santo Agostinho, na resposta à questão 919 de O LE.
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