Veja A CABANA
Orson Peter Carrara
Não sei se quando o leitor ler essa abordagem, haverá possibilidade de ainda ver o filme A CABANA, porque ignoro se há sala de cinema com essa exibição próxima do leitor. Mas não posso deixar de trazer esse estímulo, mesmo que seja visto depois pelo youtube ou pelo netflix.
O fato é que além da emoção própria das situações apresentadas pela produção, destaque-se a profunda reflexão filosófica trazida pela história. De inspiração religiosa e, claro, com as adaptações todas, próprias para uma filme que aborda um tema que somente a reflexão isenta de preconceitos ou prevenções pode produzir.
Para quem está acostumado a estudar e especialmente conhece as grandezas do conhecimento espírita – que pode ser aplicado com facilidade para acompanhar os raciocínios – é uma delícia acompanhar o desenrolar da história. Deliciei-me às lágrimas nos raciocínios do personagem com o outro personagem representante da Sabedoria, que construiu expressivo diálogo sobre as noções da Justiça Divina e o Amor de Deus para com seus filhos.
Para quem está acostumado com o capítulo II – Deus – do livro A Gênese, de Allan Kardec, obra integrante da Codificação Espírita, de pouco mais de uma dezena de páginas (o capítulo específico), é sensacional pensar junto com o personagem citado e que transmitia as reflexões. Para quem ainda não teve a curiosidade didática de pesquisar o citado capítulo, eis uma excelente oportunidade de estudo.
Dê-se essa chance, vá ver o filme. Para raciocinar e refletir junto com os personagens da história. É impossível não fazer paralelos com o capítulo citado de A Gênese, e ao mesmo tempo, buscar as lúcidas páginas de O Céu e o Inferno (outra obra de Allan Kardec, integrante também da Codificação Espírita), para entregar-se ao estudo dos capítulos todos da primeira parte da obra, especialmente buscando o extraordinário documento Código Penal da Vida Futura. Abstenho-me de acrescentar comentários, mas quero motivar o leitor a buscar a obra.
Fato concreto, todavia, é que o filme trabalha as feridas da alma, como a mágoa e a ausência de perdão, ou a falta de fé e todos os seus desdobramentos. Mas, como não poderia deixar de ser, leva à construção da fé, com raciocínios lógicos, bem embasados e muito bem construídos, fazendo do filme uma produção daquelas em que a gente diz: “Gostei demais!”. Foi minha sensação e espontânea frase. Principalmente pelas profundas reflexões filosóficas e para quem está habituado a pensar utilizando-se da grandeza do Espiritismo, foi um “prato cheio”!
Abstenho-me das informações técnicas do filme, como sinopse, diretor, atores, etc. Isso é facilmente encontrável na net. Objetivo mesmo foi estimular o leitor: Vá ver!