21 de abril também lembra o Braço forte!
por Orson Peter Carrara
Uma
falta de atenção muito comum durante o canto do Hino Nacional Brasileiro é
colocar a expressão que usamos no título da presente abordagem no plural. Muita
gente ainda canta no referido trecho: “(...) conseguimos conquistar com braço
forte (...)” – que é o correto, diga-se: no singular –, usando o plural e
cantando com braços fortes, que não está correto. O correto é no singular
mesmo: com braço forte!
Parece
um detalhe insignificante, mas é preciso prestar atenção e respeitar o texto
original. Até para educação de nossas crianças e formação da mentalidade cívica
nacional, estimulada com a beleza da letra e da própria música, em si. Como se
sabe a letra do hino foi escrita por Joaquim Osório Duque Estrada (1870 – 1927)
e a música é de Francisco Manuel da Silva (1795 – 1865).
Mas
a desatenção é mesmo um problema humano generalizado, onde todos estamos
incluídos, nesta ou outras situações. Desatenção com horários e compromissos e
pronúncias equivocadas, opiniões sem fundamentos ou conhecimento do assunto,
preconceitos e a espontaneidade de nossa gente, até pela diversidade cultural e
extensão de um país continental, são ocorrências que acabam se tornando
normais, aceitas e incorporadas no cotidiano.
É
comum ouvir-se: “perca total”, quando o correto é “perda total”, especialmente
nos casos de sinistros com automóveis. Ou “vou passar daí” quando o correto é
“vou passar aí”. E por aí vai, com supressão ou acréscimos de letras ou
palavras indevidas ou incorretas.
Isso
referindo-nos apenas à pronúncia das palavras. Se adentrarmos à questão da
interpretação ou entendimento de palavras e frases, a questão se torna ainda
mais grave, porque a dificuldade aumenta. A falta do hábito de leitura, com
mais frequência e mesmo atenção às palavras, é a principal causa dessa grande
dificuldade de interpretação de textos.
Isso,
porém, não é nada em comparação com a índole brasileira: bondosa por
excelência, cativante na alegria, acolhedora e solidária, apesar da exceção dos
que ainda não perceberam a grandeza do país em que nascemos, a quem devemos
imensa gratidão e participação consciente na vida cotidiana, e ainda insistem
na corrupção ou nas manipulações que tantas misérias e tragédias geram. E não
me refiro apenas às tragédias com mortes, mas sim às tragédias morais que
infelicitam a vida humana.
O
fato final, porém, é que o sentimento de amor à Pátria, os princípios de
civilidade e patriotismo precisam ser semeados no coração das crianças. E,
claro, que igualmente a pronúncia correta das palavras, a explicação do
significado de palavras e expressões, pois tudo isso somado vai formando a
personalidade, o caráter, a sensibilidade.
Vivemos
essa época de desamor e de desrespeito à vida porque em algum momento da história
desvalorizamos esses pequenos detalhes da educação. E agora estamos com um
desafio social imenso, nunca visto. Retomemos, pois, às origens, fazendo o
melhor ao nosso alcance, procurando entender a vida e não nos deixando
contaminar pelo egoísmo, pelo orgulho ou pela vaidade, responsáveis diretos
pelo caos social da atualidade, transmitindo às crianças que iniciam a própria
vida a alegria de viver, o respeito à vida, a conduta correta.
É
o braço forte da decisão de amar e prosseguir trabalhando com Jesus para
construir paz e harmonia, individual e coletivamente.