Continuidade natural
–
Orson Peter Carrara
Novamente trago ao leitor a indicação de um bom filme. É o filme O
orfanato. Misturando drama e suspense, mas com uma mensagem embutida
muito emocionante. A sinopse do filme indica: Laura (Belén Rueda) passou os
anos mais felizes de sua vida em um orfanato, onde recebeu os cuidados de uma
equipe e de outros companheiros órfãos, a quem considerava como se fossem seus
irmãos e irmãs verdadeiros. Agora, 30 anos depois, ela retornou ao local com seu
marido Carlos (Fernando Cayo) e seu filho Simón (Roger Príncep), de 7 anos. Ela
deseja restaurar e reabrir o orfanato, que está abandonado há vários anos. O
local logo desperta a imaginação de Simón, que passa a criar contos
fantásticos. Entretanto à medida que os contos ficam mais estranhos Laura
começa a desconfiar que há algo à espreita na casa.
Com uma hora e quarenta minutos, a produção exalta a imortalidade da
alma e a permanência do amor entre os seres. Apesar dos exageros próprios, é
interessante pensar na mensagem final do filme, que em alguns pontos
assemelha-se a outra produção no mesmo gênero: Os Outros.
E o bom mesmo é pensar no filme aplicando o raciocínio da imortalidade,
dos relacionamentos, da determinação e da fé. É mesmo uma busca intensa o que
faz a mãe em relação ao filho. Mas isso vou deixar ao leitor
descobrir.
O filme está inclusive disponível na Internet. Não deixe de ver.
O leitor vai se deparar com o sempre empolgante tema da vida
depois da morte. A produção desperta a reflexão sobre as sempre presentes
questões: para onde vamos, quem vai nos receber, onde estaremos, com quem? Como
a boa lógica e o raciocínio indicam a continuidade natural da vida após o
decesso do corpo, é bom ver um filme assim, pois faz pensar. Estimula, inclusive,
a busca por leitura específica.
A cena mais emocionante do filme está, como de se esperar, no
final, demonstrando a naturalidade do que realmente somos: criaturas imortais,
o que permite que os afetos, os amores, nunca se percam, nem sejam destruídos
os laços que ligam as criaturas humanas. E a naturalidade disso é demonstrada
com muita competência. Claro que, na produção de um filme, como citei acima, os
exageros estão inclusos, mas o que fica mesmo em destaque são os sentimentos
que despertam.
Veja o filme, leitor. Vai lhe fazer bem.
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