Viveiro de almas
O mundo é um autêntico “viveiro
de almas”, onde estamos as almas no processo de aperfeiçoamento intelecto-moral
de nós mesmos, rumo à perfeição – ainda que relativa –, para alcance da
felicidade plena, que não será ociosa, mas de serviço em favor daqueles que
ainda caminham, como hoje ocorre com nossa realidade. Somos nós os caminhantes,
aprendendo com as abençoadas experiências e amplamente amparados por aqueles
que já fizeram a caminhada do aperfeiçoamento e já desfrutam de plena
liberdade, mas integrados com o Criador.
Isso é comovente de pensar, pois
abre um inesgotável leque de reflexões estimuladoras para que nos dediquemos à
melhora de nós mesmos, simultaneamente a tudo que pudermos fazer para
beneficiar aqueles que caminham conosco.
A expressão “viveiro de almas” é
de Emmanuel. Está no último parágrafo do capítulo 7 – No aprimoramento, do livro Roteiro.
O livro é uma preciosidade, seus capítulos são verdadeiras aulas de
aprimoramento individual, nas reflexões sobre a evolução e na convivência uns
com os outros. Cada página é convidativa para artigos, palestras, seminários,
congressos.
Para a presente abordagem, dois
parágrafos muito chamaram a atenção. O último e o penúltimo. Vou inverter a
ordem e o leitor vai entender a razão. Diz o autor:
a)
No
extenso e abençoado viveiro de almas que é o mundo, pouco a pouco, de século a
século e de milênio a milênio, usando variados corpos e diversas posições no
campo das formas, nosso Espírito constrói lentamente, para o próprio uso, o
veículo acrisolado e divino com que, um dia, ascenderemos à sublime habitação
que o Senhor nos reserva em plena imortalidade vitoriosa
b) Suicidas recomeçam a luta física, no círculo
de moléstias ingratas, e criminosos reaparecem no berço, com deploráveis
mutilações e defeitos; alcoólatras regressam à existência, em companhia de pais
que se sintonizam com eles, e grandes delinquentes reencetam a viagem de
aprimoramento moral, na esfera de provas temíveis, quais sejam as de
enfermidades indefiníveis e de aflições dificilmente remediáveis.
Inverti propositalmente a
sequencia dos parágrafos, considerando o objetivo do artigo. É que nesse
processo de aprendizado – e que ocorre pela repetição das experiências até
serem totalmente assimiladas – somos defrontados pelo desafio da liberdade de
escolha e aí, sem maturidade, nos embrenhamos em caminhos nem sempre
recomendáveis, motivados por desejos e paixões, seduzidos pela ambição ou pelo
egoísmo, ou cegos de vaidade e de pretensões variadas, que geram aflições
futuras – nunca como castigo, mas como consequência – e que vai gerar situações
como as citadas no segundo item acima selecionado.
Esse processo todo chama atenção
e nos solicita cuidados e prudência no trato com a própria vida. Estamos todos
juntos, necessitados de compreensão e solidariedade mútuas. O momento
evolutivo, mais que nunca, nos pede esse exercício.
Prestemos atenção.