Ainda a resignação na adversidade
Males que são
necessários – Orson Peter Carrara
“(...) A ignorância das leis universais faz-nos ter aversão aos nossos
males. Se compreendêssemos quanto esses males são necessários ao nosso
adiantamento, se soubéssemos saboreá-los em seu amargor, não mais nos
pareceriam um fardo. Porém, todos odiamos a dor e só apreciamos a sua utilidade
quando deixamos o mundo onde se exerce o seu império. Ela faz jorrar de nós
tesouros de piedade, de carinho e afeição. Esses que não a têm conhecido estão
sem méritos; sua alma foi preparada muito superficialmente. Nesses, coisa
alguma está enraizada: nem o sentimento nem a razão. Visto não terem passado
pelo sofrimento, permanecem indiferentes, Insensíveis aos males alheios. Em nossa cegueira, estamos quase sempre prontos
a amaldiçoar as nossas vidas obscuras, monótonas e dolorosas; mas, quando
elevamos nossa vista acima dos horizontes limitados da Terra, quando
discernimos o verdadeiro motivo das existências, compreendemos que todas elas
são preciosas, indispensáveis para domar os espíritos orgulhosos, para nos
submeter a essa disciplina moral, sem o que não há progresso algum. (...)
comprimidos pelo sofrimento, em existências humildes, habituamo-nos à
paciência, ao raciocínio, adquirimos essa calma de pensamento indispensável
àquele que quiser ouvir a voz da razão. (...)”.
O precioso trecho é de Léon Denis, no livro Depois da Morte (edição CELD), constante no capítulo 50 – Resignação na Adversidade (Quinta Parte
– O Caminho Reto). Parece-nos
dispensável qualquer acréscimo de comentário, exceto o de motivar o leitor à
leitura integral do capítulo.
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