Tola vaidade, louco orgulho e estúpido amor-próprio
Tola
vaidade, louco orgulho e estúpido amor-próprio – Orson Peter
Carrara
A pergunta é objetiva, direta: “(...) Ó estúpido
amor-próprio, toda vaidade e louco orgulho, quando sereis substituídos pela
caridade cristã, pelo amor do próximo e pela humildade que o Cristo
exemplificou e preceituou? (...)”.
É um parágrafo esquecido*, mas como é atual! E aí o próprio
autor responde com clareza: “(...) Só quando isso se der” – refere-se
naturalmente à substituição proposta e continua: “desaparecerão esses preceitos monstruosos
que ainda governam os homens, e que as leis são impotentes para reprimir,
porque não basta interditar o mal e prescrever o bem; é preciso que o principio
do bem e o horror ao mal morem no coração do homem.”
Nem sempre prestamos atenção nesses detalhes, ainda mais
porque referido trecho está em mensagem dentro do subtítulo O Duelo (que
precipitadamente julgamos ultrapassado), muito atual especialmente pelos duelos
mentais, psicológicos, emocionais e culturais tão em moda nas redes sociais.
Sugiro ao leitor reler o segundo parágrafo acima para sentir a abrangência e
atualidade do texto. O destaque fica para a expressiva afirmação: “não basta interditar o mal e prescrever o
bem; é preciso que o princípio do bem e o horror ao mal morem no coração do
homem”, que sugere com propriedade uma mudança em nossos hábitos e costumes,
individuais e coletivos.
Convenhamos que estamos tateando ter em nós o princípio
do bem e ainda não temos completamente horror ao mal – pois dele nos
alimentamos, infelizmente. Como afirma o autor, somente a caridade cristã – em
sua ampla compreensão e prática – pode
substituir as bobagens das vaidades, do amor próprio em exagero e o louco
orgulho que nos leva a tantos desajustes. Ressalte-se: individuais e coletivos.
*Trecho
constante em mensagem de 1861 selecionada por Kardec e inserida no capítulo XII
de O Evangelho Segundo o Espiritismo, autoria de Um Espírito
Protetor.
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