Não acrediteis em todos os Espíritos...
Invisíveis
também se comprazem em iludir –
Orson Peter Carrara
Sabe-se que os espíritos não sabem tudo. Eles nada mais são
que homens e mulheres que já deixaram a vida material ou estão para nela
retornar, e que guardam conteúdos morais, intelectuais, emocionais e
psicológicos, habilidades, tendências e gostos do estágio em que se encontram.
Há que se lembrar que a morte não é uma varinha mágica que transforma o
espírito; este terá que evoluir pelo esforço próprio visando o aprimoramento
intelecto moral. E como não há privilégios, nem preferências, todos teremos que
trilhar esse caminho.
As diferentes escalas do mundo espiritual, definida pela
densidade do perispírito (e esse parágrafo abre para o leitor imenso universo
de estudos e pesquisas que não cabem na presente abordagem, para não torná-la
muito extensa), separa os variados níveis em que os espíritos se encontram, a
depender essencialmente do aspecto moral. Este define o estado do espírito no
mundo espiritual, podendo habitar regiões iluminadas ou permanecer em regiões
obscuras, de acordo com seu padrão vibratório.
Por isso os espíritos ainda seduzidos pelas paixões de apego
ou domínio, vingança ou má índole, valendo-se da invisibilidade, podem enganar,
iludir. A mediunidade pede seriedade e disciplina e se encontram médiuns
invigilantes, despreparados ou que não estudam a própria faculdade, deles se
utilizam igualmente para iludir e dominar.
Por isso destacamos a mensagem assinada por Luoz,
Espírito protetor, de 1861, constante de O Evangelho Segundo o Espiritismo,
capítulo 21 – Haverá Falsos Cristos e Falsos Profetas, item 11 com o
subtítulo (no capítulo): Jeremias e os Falsos Profetas.
As advertências constantes do item destacado são de grande
importância e estão esquecidas, talvez até pelo nome da mensagem, mas recomendo
com ênfase nova leitura e estudo, especialmente em grupos mediúnicos, de onde
destaco dois trechos parciais:
a)
“Sonhei, Sonhei”. Indicava assim um dos
meios que eles empregavam para explorar a confiança de que eram objeto. A
multidão, sempre crédula, não pensava em lhes contestar a veracidade dos
sonhos, ou das visões (...) - A
expressão utilizada do profeta, na época, médium na atualidade, sobre visões ou
sonhos, são de imaginação, invenção ou ilusão provocada por espíritos
enganadores, que se valem da credulidade do médium, provocando absurdos e
incoerências. Daí a citação de conferir a veracidade, ou diante da
impossibilidade, analisar com racionalidade, o que vem dos espíritos. Havendo
incoerência com a lógica, recomendação é recusar e desconsiderar.
b)
(...) escutai os sábios conselhos do
apóstolo João, quando diz: “Não acrediteis em todos os Espíritos; experimentai
se os Espíritos são de Deus”, porque, entre os invisíveis, também há os que se
comprazem em iludir, se se lhes depara ocasião. Notem que advertência
oportuna. Experimentar antes! Alguns podem perguntar: Como? Aí surge o critério
fundamental: analisar as comunicações à luz do bom senso e do discernimento.
Com tais critérios não nos enganamos, desde que bem alicerçados no conhecimento
do assunto, estudando a Doutrina Espírita em toda sua completude. Aprenderemos
com o tempo, com a maturidade, com a experiência, a distinguir os bons dos maus
espíritos.
A recomendação é para leitura do item, no citado capítulo,
atentamente. O autor conclui que essa é um dos escolhos da prática espírita, em
que novatos e inexperientes sempre se deparam e que os mais maduros podem ser
envolvidos, se caírem na sedução da vaidade, que turva o raciocínio.
E também indica que, se não aprendermos a distinguir os bons
dos maus espíritos, podemos nos tornar também falsos profetas, pois que seremos
comunicadores da ilusão, do engodo, da fantasia, do fanatismo, das inclusões
indevidas.
Por isso sempre é bom estudar. Tudo está escrito,
codificado, nós é que nos distraímos.
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