Iniciativa rara em um grupo espírita


 

Exemplo raro para ser seguido – Orson Peter Carrara

 

É muito comum, especialmente nas cidades interioranas, que coincidam em certas ocasiões no mesmo dia e horário de reuniões de estudos ou de passes em instituições espíritas, e mesmo mediúnicas, eventos promovidos por outras instituições.

Essa razão é a mais comum justificativa apresentada para o não comparecimento ou prestígio da atividade promovida por outra instituição, com a costumeira alegação:  “hoje temos tratamento espiritual, hoje temos cursos, hoje temos passes, hoje temos mediúnica, etc”.

Natural que haja coincidência, afinal o calendário é o mesmo, a programação de cada instituição segue seu curso e as agendas tendem a “bater” no mesmo dia e horário.

Vivi, todavia, experiência peculiar em São Joaquim da Barra, no interior paulista. Minha palestra coincidiu, no mesmo dia e horário da anfitriã, com uma reunião de estudos de outro grupo. Este, consultando os participantes, suspendeu a reunião e foram todos à palestra, prestigiar a iniciativa da coirmã.

Desde que com antecedência, isso é perfeitamente possível, inclusive com mediúnicas e mesmo outras reuniões. Por que não juntar o mesmo público e ir prestigiar outra iniciativa?

Isso é consciência doutrinária, independente do palestrante presente, que é absolutamente secundário. Prevalece sobre o palestrante o interesse doutrinário, a iniciativa e o esforço no arejamento das ideias, com convidados de outras cidades ou regiões.

Reafirmo: desde que com antecedência, isso é perfeitamente viável, possível.

Os espíritos responsáveis pelo grupo que adere a uma ideia como  essa não vão ficar chateados, nem bravos, e aceitam isso com naturalidade, considerando o aspecto fomentador de mais entusiasmo e conhecimento pelo grupo. Até porque a interação com outras instituições é altamente saudável, evitando os condicionamentos e vícios dos grupos que se fecham em si mesmos e não conhecem outras experiências.

É o princípio de Unificação, ou seja, nenhuma imposição, mas intercâmbio das ideias e das experiências, exatamente para fortalecimento das instituições.

Mas é uma iniciativa rara. Normalmente não se abre mão da própria reunião.... É de se lamentar porque os benefícios dessa integração são imensos. Mas fazer o que? Só o tempo mesmo nos fazer perceber além dos nossos próprios e limitados horizontes. A decisão de suspender ou não uma reunião para prestigiar outra é de decisão de cada grupo, isso ninguém discute, é de ponderação deles próprios e nenhum de nós tem o direito de criticar (o que também não faço aqui), todavia reafirmo: é raro. Merece aplausos pelo bom senso!!!

É exemplo a ser pensado por todos nós. Muitas perdas ocorrem pela ausência dessa visão da causa espírita, que é muito maior que a casa, ponderando, naturalmente a importância ou abrangência do tema, e mesmo o oportunismo do evento.

O foco que não podemos perder é que os maiores beneficiários somos todos nós. Os participantes de um grupo qualquer podem receber instruções ou ângulos delas que, talvez, não tenham oportunidade na casa onde atuam. E o trabalho não é nosso, é do Cristo...

Parabéns aos dois grupos espíritas pelo exemplo de união em torno da causa espírita, acima dos interesses da casa espírita. 


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