Instabilidade da legislação humana

 



Constituição mundial – Orson Peter Carrara

 

Conhecedores da instabilidade de nossa legislação, que se altera com certa frequência devido a vários fatores naturais, seja pela evolução das ideias, dos hábitos, dos costumes, pela necessidade de ajustes a novas necessidades e também para atender determinados interesses, nem sempre éticos, a Constituição de um país vai sofrendo ajustes e acréscimos em seus capítulos e parágrafos. Processo natural do desenvolvimento, que inclusive, já conquistou muito progresso. 

Será que existe um modelo que pudesse permanecer perene, sem alterações? Um padrão de orientação, capaz de legislar com plena justiça, absoluta imparcialidade, na igualdade entre todos? Uma Constituição Mundial, válida para o planeta?

Ainda que houvesse necessidade de ajustes em função de fatores climáticos ou demográficos, em legislação específica para alguns quesitos próprios da localização geográfica/ambiental, haveria um padrão que orientasse tudo isso?

Sim, há! Eficiente, insubstituível, perene, justo e claro. É o Evangelho de Jesus! Quando alcançarmos a condição real de civilização, superando interesses egoístas e muitas vezes perversos e paixões degradantes que ainda assinalam a marcha humana, teremos no Evangelho a regra áurea de comportamento, numa Constituição Mundial a orientar as iniciativas individuais, coletivas, nacionais.

O conhecido ensino de Jesus. Mateus, cap. 7, versículo 12, anotou: "Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-o também vós a eles, porque esta é a lei e os profetas." Ou seja, trate os outros como você gostaria de ser tratado, pois esta é a essência da Lei e dos Profetas. 

Note-se que a citada regra abre caminhos e contempla em sua essência, o respeito e a solidariedade, estimulando inclusive a caridade em toda sua abrangência nos relacionamentos, o que naturalmente evita a fraude, o roubo, a agressão de qualquer natureza, as manipulações e direciona esforços para o bem geral, pois que movido pela Lei de Amor.

Aliás, vale transcrever:

“O amor resume inteiramente a doutrina de Jesus, porque é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso realizado (...). A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres e aniquila as misérias sociais (...)”, de Lázaro, no capítulo 11 – Amor ao próximo como a si mesmo, item 8, em O Evangelho Segundo o Espiritismo.

E no item 9, do mesmo capítulo e obra, afirma Fénelon: “Caros irmãos amados, utilizai com proveito essas lições: sua prática é difícil, mas a alma dela retira um bem imenso. Crede-me, fazei o sublime esforço que vos peço: Amai-vos e vereis bem cedo a Terra transformada (...), onde as almas dos justos virão gozar o repouso.”

E também afirma Sansão, também no mesmo capítulo e obra, agora no item 10: “Amar, no sentido profundo da palavra, é ser leal, probo, consciencioso, para fazer aos outros o que se quereria para si mesmo; é procurar, ao redor de si, o sentido íntimo de todas as dores que oprimem vossos irmãos, para abrandá-las; é encarar a grande família humana como a sua (...)”.

O futuro da humanidade, que será muito melhor que nos dias atuais, terá como sua Constituição Mundial o Evangelho de Jesus, que nos recomenda essa postura que o amor propõe.

Note que é o normal da vida: amar, ser amado, considerando nossa origem comum. Os desacertos são oriundos do egoísmo e seus derivados.... Todos desejamos isso. Vamos aderir em definitivo?

 

Nota do blog

Após a postagem um amigo leitor, José Helvécio, enviou comentário muito pertinente, que ora acrescentamos ao texto, dada sua importância real:


Prezado Orson, agradeço por enviar-me os textos e demais divulgações do seu canal. Gosto muito do que você escreve e do que fala. Sua contribuição para a divulgação do Espiritismo é muito importante.

Se me permite, gostaria de fazer uma ponderação sobre o excelente texto Constituição mundial - instabilidade da legislação humana.

Você pergunta se há uma Constituição Mundial, válida para o planeta. E sua resposta é que essa constituição existe, é eficiente, insubstituível, perene, justo e claro. É o Evangelho de Jesus!

Neste ponto é que eu gostaria de dialogar com você.

Entendo que o Evangelho de Jesus é um repositório de instruções para a conduta do ser humano... mas, para nós cristãos. Para as demais denominações religiosas, os princípios estão calcados em outras instruções, mesmo que tenham como base o Amor.

Vejamos, por exemplo, o Alcorão aborda o amor em diversas dimensões, incluindo o amor a Deus, entre os seres humanos e como atributo divino.

O Hinduísmo entende o amor como uma força fundamental que permeia toda a criação, desde o amor divino até o amor terreno entre os seres. O amor ao próximo é um princípio fundamental para a unidade com o divino.

No budismo o amor é visto como uma qualidade essencial para o bem-estar e a felicidade, tanto para si quanto para os outros.

Citando apenas essas expressões religiosas, que abrangem a grande maioria das pessoas do planeta, considero que o amor é sim a norma base para uma Constituição Mundial.

Portanto, a minha ponderação, se você concordar, é a substituição da expressão "Evangelho de Jesus" pela expressão "Amor".

Assim o seu texto ficaria: ..."Será que existe um modelo que pudesse permanecer perene, sem alterações? Um padrão de orientação, capaz de legislar com plena justiça, absoluta imparcialidade, na igualdade entre todos? Uma Constituição Mundial, válida para o planeta?... Sim, há! Eficiente, insubstituível, perene, justo e claro." É o Amor, que foi ensinado e exemplificado por Jesus no seu Evangelho; pelo Islã, inserido no Alcorão; pelo Hinduísmo, pelo Budismo.

Porque, como você mesmo escreveu, o relacionamento humano deve ser movido pela Lei do Amor, e todas as denominações religiosas citadas trazem o Amor como base para o relacionamento humano.

Deixo para a sua análise.

Forte abraço!

 José Helvécio

 








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