Fugas e corretivos
Sem
murmurar – Orson Peter Carrara
No capítulo 88 – Correções, constante do livro Pão
Nosso (ed. FEB), de Emmanuel/Chico Xavier, encontramos preciosa lição.
Emmanuel se vale de trecho de Paulo (Hebreus, 12:7), que
transcreve e aqui também reproduzimos. Note a clareza: Se suportais a correção,
Deus vos trata como a filhos; pois que filho há quem o pai não corrija?
A comparação à condição terrena, quando todo pai sempre tem oportunidade
e necessidade de corrigir para orientar os filhos, assim também o Criador
também envia correções aos filhos equivocados, rebeldes e ainda imaturos, para
que aprendam.
O texto é compacto, na conhecida capacidade do citado autor
espiritual, e traz trechos importantes que não podem ficar desconhecidos. É
preciso que os tenhamos sempre à vista.
Destaco alguns, mas convido o leitor a buscar a íntegra do
capítulo. Os dois primeiros parágrafos são importantes no contexto geral:
Bem-aventurado o espírito que compreende a correção do
Senhor e aceita-a sem relutar.
Raras, todavia, são as criaturas que conseguem
entendê-la e suportá-la.
Depois ele afirma que a correção, embora sagrada e silenciosa,
na maioria das vezes é rejeitada, face à rebeldia que nos caracteriza,
eliminando valiosas oportunidades de amadurecimento. Considere-se que referida ocorrência
é marca de imenso amor do Criador pela criatura.
Os dois parágrafos seguintes, todavia, são muito
expressivos. Leia-se com muita atenção, eles me motivaram o presente artigo:
Muita gente, em face do fenômeno regenerativo, apela
para a fuga espetacular da situação difícil e entrega-se, inerme, ao suicídio
lento, abandonando-se à indiferença integral pelo próprio destino.
Quem assim procede não pode ser tratado por filho,
porquanto isolou a si mesmo, afastou-se da Providência Divina e ergueu
compactas paredes de sombra entre o próprio coração e as Bênçãos Paternas.
Note-se que muitos de nós nos enquadramos nessa situação:
fuga, entrega inerme, abandono de si mesmo, optando – com amargura – à indiferença
ao próprio destino. Isola-se, afasta-se e ergue paredes que impede a recepção
de inúmeras bençãos! O prejuízo é de si mesmo, conclui-se.
A compreensão da corrigenda divina, no entanto, traz o
reajustamento à vida de equilíbrio, pois, que vencida a tempestade íntima –
como ele mesmo afirma – o olhar é de aprendizado, de serviço, e agora com a
experiência das amarguras de ontem, visando o amanhã.
A conclusão do compacto e valioso texto é magistral:
Não te esqueças de que o mal não pode oferecer
retificações a ninguém. Quando a correção do Senhor alcançar-te o caminho,
aceita-a, humildemente, convicto de que constitui verdadeira mensagem do Céu.
Ao ler o texto lembrei-me de outra mensagem, do mesmo autor,
e que também aponta nessa direção: pensarmos que toda dificuldade, revés ou
obstáculos que se apresentam, originam-se dum passado de culpas. Nem sempre.
É verdade que existem causas no passado, também existem
causas no presente, mas muitas dores e muitos sofrimentos são recursos
educativos, dada nossa necessidade de aprendizado.
A vida apresenta muitos desafios, não com causas no passado
e mesmo no presente, para que aprendamos a lidar com eles, a solucioná-los ou
mesmo buscar como resolvê-los. Antes que débitos do passado remoto ou recente,
estão muitas dificuldades e dores enquadradas em recursos que necessitamos para
desenvolver a inteligência e conquistar novas virtudes, melhorando a nós
mesmos. Não existissem, talvez não saíssemos do lugar.
Busque o texto dessa outra mensagem no link abaixo. Ele
consta do capítulo 10 – Lições Humanas, no livro Inspiração (ed.
GEEM). É só clicar:
https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/Isp/Isp10.htm
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