Poder educativo do estímulo


 

Poder educativo do estímulo – Orson Peter Carrara

 

Já se disse em frase atribuída a Confúcio “que a palavra convence, mas o exemplo arrasta”, demonstrando, sem dúvida, que o exemplo é mais eficaz na mudança de comportamento e na influência de pessoas do que as palavras. Sim, até porque essas podem estar vazias de sentimento e o exemplo demonstra na prática os benefícios e vantagens de uma mudança para uma nova postura.

Já o estímulo tem grande poder de operar grandes mudanças e transformações, pois transforma dúvida em confiança e traz consigo o componente da solidariedade, do respeito à dificuldade, incitando a novas conquistas e se faz presente com a decisão do apoio não só em palavras, mas especialmente quando com a presença viva que compreende e cria oportunidades.

Pois a educação em geral não dispensa o estímulo. Pais e educadores conhecem bem essa magnífica ferramenta. Para citar exemplos simples do cotidiano, lembremos o estímulo dos pais para os primeiros passos ou no aprendizado para andar de bicicleta. Ou mesmo na paciência dos professores durante o período da alfabetização.

Não é diferente com a questão moral. Além dos exemplos, de que todos podemos nos tornar instrumentos, a moralidade e seu desenvolvimento consegue alcançar grandes expressões com estímulos externos. Todo educando absorve exemplos e estímulos. E, infelizmente, também os maus exemplos, como estímulos degradantes e imorais também encontram guarida no coração humano, aprendiz nesse processo de aperfeiçoamento.

O que desejamos, contudo, é falar de bons exemplos, bons estímulos, nesses tempos tão conturbados da experiência humana, onde precisamos colher conteúdos que estimulem um novo comportamento, que equilibrem os relacionamentos humanos e auxiliem na direção dessa compreensão para uma nova mentalidade.

Pois um bom exemplo está no espetacular filme “A Forja: O Poder da Transformação” (drama, produção americana em 2024), cujos dados gerais deixo à pesquisa do leitor, já que fartamente disponíveis.

Classifico como um filmaço. Não deixe de ver. É o poder da educação, da disciplina. Independente da crença e das interpretações diferentes, uma linda lição de vida, valorizando a disciplina, o poder da vontade, e especialmente da fé e seus desdobramentos.

O leitor poderá ver no filme um viés que possa tender para essa ou aquela religião, mas não há nenhuma espécie do que podemos chamar de doutrinação específica, apenas inspira-se em textos do Velho e Novo Testamento, com adaptações muito inspiradas pelos autores, para situar o ensino junto ao cotidiano dos personagens. Afinal, não se pode negar a diversidade de vivências religiosas no planeta, nem tampouco desconsiderar o valor das interpretações, ainda que diferente daquela que adotamos. Negar isso ou desconsiderar as interpretações diferentes seria preconceito, mazela moral que devemos dispensar.

As interpretações diferentes dos textos trazidos pelo Velho e Novo Testamento ficam em plano secundário, prevalece o aspecto moral, a fé genuína e espontânea, que está acima de nossas diferenças.

Com destaque para a fé, a disciplina, e para o estímulo que podemos nos oferecer mutuamente, diante das novas compreensões que vamos assimilando, o filme traz em sua essência uma mensagem altamente motivadora para mudança de comportamentos.

Partindo das dificuldades familiares e seus conhecidos dramas, o estímulo oferecido por um empresário consciente modifica a vida de um jovem indisciplinado e traz potente convite às nossas próprias mudanças, sugerindo reflexões de profundidade a quem assiste o filme sem preconceito, sem ideia preconcebida e sim com a mente aberta para as realidades humanas.

Muito boa produção, que emociona em vários aspectos. Convido o leitor a não perder a oportunidade de refletir sobre referido conteúdo. Está disponível no youtube, inclusive.

E como o tema é educação, nada melhor que um bom filme para nos trazer novamente ao debate desse tema tão vital para uma nova sociedade.

Convenhamos, porém, que estímulos não faltam para um bom comportamento. Estamos preguiçosos, omissos, indiferentes ou realmente queremos melhorar a nós mesmos? Observemos a quantidade de estímulos externos à nossa volta para uma nova postura.

 

 

 

 


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