Casamentos
por Orson Peter Carrara
Considerando
os relacionamentos humanos, suas dificuldades, alegrias, conquistas e desafios,
o casamento é um deles onde a experiência é expressiva. Interessante porque o
casamento pode ser classificado em cinco tipos.
O
primeiro deles é o de afinidades. Almas afins que se unem para objetivos bem
definidos e compartilhados, seja na criação dos filhos, seja numa empresa ou
num ideal qualquer. Caracteriza-se pela harmonia nos relacionamentos, apesar
das diferenças que podem apresentar entre si os cônjuges.
Depois
encontramos os casamentos de renúncia. Normalmente um deles optou por amor a
cuidar do outro, nas dificuldades trazidas ou adquiridas.
E
há ainda os casamentos de testes de crescimento, onde um ou ambos vão crescer
nas experiências difíceis, convidados que são à tolerância, ao desapego, a
vencer ciúmes e à superação de egoísmos para ajudarem-se mutuamente.
Mas
há também os casamentos de colheitas ou de expiações. São as consequências de
bagagens normalmente desastrosas que resultam em amargas experiências, muitas
vezes trazidas do passado.
E
finalmente existem o s casamentos que podemos chamar de missionários. São almas
unidas e que projetam a existência para causas humanitárias, como a descoberta
de vacinas ou quaisquer outras áreas. Transformam-se em ícones da ciência, das
artes, da literatura, das pesquisas, trabalhando juntos e na condição de
cônjuges. São mais raros, mas existem bons exemplos na
história.
O
casamento é uma bela experiência de aprendizado e de trabalho em favor próprio
e, claro, em favor do cônjuge. É pelas experiências da convivência, dos
desafios da renúncia, do amor, da gentileza, da tolerância e especialmente com
a chegada dos filhos, que exigem outro ângulo de observação e vivência, é que
vamos aprendendo uns com os outros.
Daí
a importância de valorizarmos o cônjuge, companheiro ou companheira, que
compartilha experiências conosco. É dele ou dela que colhemos, recebemos o que
precisamos para nos fazer mais maduros.
Desprezar
o cônjuge é atentar contra si mesmo. Aprendamos a valorizar o cônjuge. Embora
muitos não percebam, é por meio do casamento que todos temos oportunidade de
mais crescimento. Isso não quer dizer que os solteiros, viúvos, divorciados ou
simplesmente separados não estejam também em experiências de aprendizado.
Estudar
o assunto, aprofundar nas questões e buscar subsídios, inclusive psicológicos,
é caminho seguro para manter um bom casamento. O grande equívoco do casamento é
pensar que o outro é responsável pela nossa felicidade. A realidade é outra: o
grande segredo do casamento é fazer o cônjuge feliz, proporcionando-lhe
aconchego, carinho, gentileza, proteção, segurança e, claro, amor, a felicidade
de sentir-se amado. E isto vale, claro, para homens e mulheres; aqui está no
masculino, porque usamos a palavra cônjuge. Este é o grande segredo,
normalmente esquecido pelos cônjuges. Aliás, para você que é casado, já abraçou
ou olhou nos olhos de seu amor, hoje?
E
o mais interessante de tudo isso, mesmo se restringirmos apenas aos
relacionamentos de marido e esposa, é que o assunto também se enquadra no
ensino fundamental do “amai-vos uns aos outros” ou ainda “fazei ao próximo tudo
que quereis que ele vos faça”. Algo mais a acrescentar?
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