A morte dói?
Autor: Orson Peter Carrara
Quando morre alguém, sentimo-nos todos tomados por um sentimento de perda e
dor. É natural, gostamos da pessoa e desejamos que continue vivendo conosco.
Mas, a morte é a única certeza da vida e está enquadrada nos acontecimentos
normais da existência de todo mundo. A todo instante, partem jovens e velhos,
sadios e enfermos...
E muitos perguntam, talvez temerosos do momento em que também enfrentarão a
circunstância e acerto de contas com D. Morte: ela dói? O que ensinam os
espíritos a respeito?
Em O Livro dos Espíritos, há um capítulo inteiro sobre o assunto: é o III, do
livro segundo, com o título Retorno da vida corpórea à vida espiritual. As
questões 149 a 165 esclarecem o assunto. Para não ficarmos em simples transcrição
das respostas dadas pelos espíritos, fizemos breve resumo de forma didática
para melhor entendimento do assunto. Mas remetemos o leitor à pesquisa direta
às questões citadas.
No instante da morte, todo homem retorna ao mundo dos espíritos, pátria de
origem; Uma vez no chamado outro mundo, conserva plenamente sua
individualidade; A separação da alma e do corpo não é dolorosa. O corpo sofre
mais durante a vida que no momento da morte;
A alma se liberta com o rompimento dos laços que a mantinham presa ao
corpo;
A sensação que se experimenta no momento em que se reconhece no mundo dos
espíritos depende do que fizeram em vida. Se foram bons, sentirão enorme
alegria. Se foram maus, sentirão vergonha;
Normalmente reencontra aqueles que partiram antes, se já não
reencarnaram;
A consciência de si mesmo vem aos poucos. Passa-se algum tempo de perturbação,
convalescente, cujo tempo de duração depende da elevação de cada um;
Compreender antes o assunto exerce grande influência sobre o tempo de perturbação,
mas o que realmente alivia a perturbação são a prática do bem e a pureza de
consciência.
Indicamos ainda ao leitor, estudar o livro O Céu e o Inferno, também de Allan
Kardec, onde há diversas descrições do momento da morte e do pós-morte, de
espíritos nas mais variadas condições evolutivas. O livro Depois da Morte, de
Léon Denis e Obreiros da Vida Eterna, de André Luiz/Chico Xavier também trazem
muitas explicações sobre o interessante tema. Há, também, uma série enumerável
de livros de mensagens enviadas por desencarnados aos ente queridos que
ficaram. Entre eles, o famoso Jovens no além, de 1975, recebido por Chico
Xavier. O filme Joelma 23º andar, baseado no incêndio ocorrido em São Paulo,
mostra bem a questão da continuidade da vida.
Não tema a morte. Ela faz parte do processo evolutivo. Viva de maneira
prudente, faça o bem que puder e quando soar seu momento, vá sem medo. Mas
nunca a busque ou a precipite. Tudo tem seu momento na vida e todos temos algo
a fazer num tempo programado. Para aqueles que foram antes, guarde a convicção
de breve reencontro e ore pela felicidade deles. Eles receberão a mensagem de
seu coração.