Pesquisando a frase correta!
Emmanuel
não disse isso! – Orson Peter Carrara
Sim, é muito diferente a frase atribuída ao Espírito
Emmanuel – na psicografia de Chico Xavier – e muito utilizada ou divulgada pela
maioria dos espíritas, inclusive em livros e palestras.
É de bom tom, constituindo até um dever ético, divulgar a
fonte das informações do que se divulga pela imprensa, ou em livros e mesmo em
apresentações verbais. Isso garante credibilidade ao trabalho expositivo ou
escrito apresentado publicamente. Até porque o ouvinte ou leitor poderá ampliar
suas pesquisas sobre a informação veiculada, com segurança, sabendo onde
procurar. E, claro, especialmente constatando a veracidade das informações.
Por falta desse cuidado, muitas informações se multiplicam
em falsidades lamentáveis, com distorções de todo tipo. Citado um fato, uma
frase, uma afirmação, um texto ou mesmo um livro ou relatório, uma notícia,
tais referências deverão estar acompanhadas de dados acessórios em Nota de
rodapé ou no próprio texto entre parênteses ou com acréscimos que informem
autoria ou origem dos dados apresentados. Informações adicionais nunca são em
demasia.
No caso em questão da presente abordagem, sobre Emmanuel, há
uma frase – como dissemos no primeiro parágrafo, atribuída a esse conhecido
autor – que não é divulgada corretamente. O prejuízo não é tão grande no
sentido e direção, todavia, a divulgação é feita com adaptações que não
correspondem à realidade.
A frase correta é: “(...) o Espiritismo nos solicita uma
espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação”.
Ela consta do capítulo 40 – Socorro Oportuno do livro Estude e Viva.
A obra foi publicada pela editora FEB – Federação Espírita Brasileira e ditada
pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz, respectivamente pelos médiuns Chico
Xavier e Waldo Veira. Em cada capítulo consta primeiro a palavra de Emmanuel e
em seguida a de André Luiz.
A frase adaptada dessa afirmação e divulgada amplamente é: “a maior caridade que se
pode fazer à doutrina espírita é a sua própria divulgação.” Essa frase não
consta em nenhuma obra, a não ser como frase adaptada de origem desconhecida,
não podendo, portanto, citar-se a fonte ou localizar sua origem.
Há
que se notar que não se trata da “maior caridade” e sim de “uma espécie
permanente de caridade”, o que é muito diferente. A divulgação não é a maior,
mas sim destaca-se a perseverança na continuidade dessa iniciativa.
É diferente, portanto, a frase de Emmanuel. Como acima
citado, a correta tem fonte de pesquisa e pode ser localizada, ao contrário da
segunda, que não se sabe quem a concebeu, nem onde está, pois que efetivamente
não está em nenhuma obra. E se estiver, está obviamente sem citação de origem
ou fonte.
Aliás, a propósito de tais considerações, vale ressaltar que
o livro onde a frase correta está, é uma obra preciosa, repleta de ensinamentos
valiosos, na autoria de ambos os espíritos citados, igualmente com recepção
dupla dos já citados médiuns. A obra está disponível, inclusive virtualmente e
poderá ser utilizada com grande proveito, onde deveremos citá-la inclusive com
indicação de capítulo, editora, autores e médiuns.
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