Instituições (todas) e sua instabilidade
Instabilidade
das instituições humanas – Orson Peter Carrara
É consenso, até pela realidade dos dias atuais e
complexidade das circunstâncias, que vivemos dias de insegurança, de
instabilidade social. Todas as instituições humanas, políticas, sociais e
religiosas vivem agitação que perturba e traz aflições variadas, com
desdobramentos lamentáveis. Isso porque a imaturidade humana se reflete na vida
social e nas instituições que agregam variados segmentos de atuação de homens e
mulheres, sejam essas pessoas autoridades, pessoas comuns ou famosas,
lideranças de qualquer segmento, influenciado negativamente o transitar da
vida.
Os desdobramentos aí estão com enfermidades que se
multiplicam – especialmente devido ao peso das emoções em desequilíbrio – por
vários fatores, o desemprego, separações, crimes de todo tipo (inclusive a
lamentável corrupção galopante que se insere em tudo) e as dificuldades de todo
tipo nos relacionamentos, além da própria tensão da vida social. Nem é preciso
citar ampliar as citações. As ocorrências nos afetam diretamente a todos.
Um parágrafo, todavia, de um gênio da Humanidade, um
autêntico benfeitor que ainda será reconhecido no tempo, situa a causa de todo
esse difícil quadro do momento. Peço ao leitor ler e reler, atentamente, no
detalhe das expressões ou no todo do texto, a abrangência desse pequeno
parágrafo:
“(...) Constituem (...) o penhor da paz, da tranquilidade e
da estabilidade nas coisas da vida terrestre. Eis porque todas as instituições
humanas, políticas, sociais e religiosas, que se apoiarem nessas palavras,
serão estáveis como a casa construída sobre a rocha. Os homens as conservarão,
porque se sentirão felizes nelas. As que, porém, forem uma violação daquelas
palavras, serão como a casa edificada na areia: o vento das renovações e o rio
do progresso as arrastarão.”
Notem os leitores que no curto parágrafo há um amplo olhar
sobre nossa realidade. Talvez o leitor se pergunte: a) Quais palavras? b) Qual o simbolismo da
casa construída sobre a rocha? c) E da casa edificada na areia? d) E como
entender o vento das renovações e o rio do progresso? e) E como assim, as
arrastarão?
Antes de maiores considerações, as palavras a que se refere
o autor, como ele mesmo afirma no início do mesmo parágrafo e que na
transcrição omitimos, “São eternas as palavras de Jesus, porque são a verdade
(...)”. O autor do citado parágrafo é Allan Kardec, Codificador do Espiritismo.
O parágrafo está no capítulo XVIII – Muitos os chamados, poucos os
escolhidos, constante de O Evangelho Segundo o Espiritismo, no
subtítulo: Nem todos os que dizem: “Senhor! Senhor!” – entrarão no Reino dos
Céus.
Já percebe o leitor que a expressão Reino dos Céus
abre outra perspectiva que amplia o raciocínio, já que ele não constitui um
lugar, mas sim um estado interior, de felicidade, paz consciencial. E
considerando que as palavras de Jesus constituem a verdade, são eternas e
estáveis, a construção da casa sobre a rocha é a adoção de comportamento
compatível com aquelas palavras que ensinam e orientam, preservando-nos dos
precipícios morais. A construção sobre a areia significa a adesão às
variadas ilusões temporárias que a vida oferece, seduzindo com desdobramentos
aflitivos para o futuro. Ora, e o vento das renovações e o rio do progresso é
por força da Lei de Progresso, que tudo renova e modifica com o tempo.
Impossível conter o progresso, embora possamos durante algum tempo criar-lhe
obstáculos temporários.
Orientar nossa vida na rocha dos ensinos e afirmações
do Mestre da Humanidade constrói estabilidade e segurança, pois que imbatíveis,
insuperáveis, indestrutíveis, pois que eternos. Iludir-se com a areia das
variadas seduções do cotidiano gera a instabilidade, a insegurança interior que
se reflete na vida social.
Não é difícil concluir que o presente tumulto social, essa
instabilidade e insegurança das instituições, é fruto da adesão às ilusões que
enganam os cidadãos que se distribuem nas diversas profissões e segmentos da
vida social, inclusive quando na condição de autoridades e lideranças.
O que mais se vê são os apegos à posse, ao ter, ao invés da
construção interior do ser. Não é regra, pois há muita gente consciente no
mundo, mas a grande maioria ilude-se com promessas, com ganho fácil – daí
advindo todo essa enxurrada de abusos, crimes, manipulações e explorações –,
buscando obter vantagens a qualquer custo, com auto promoção pessoal, com
aparências falsas, entre outras situações, cavando um poço de aflições que mais
cedo ou mais tarde arrebentarão em dores e sofrimento, como já vem ocorrendo.
Mas sempre é tempo de mudar, de renovar-se. Buscar a
sabedoria, experiência e maturidade da perfeição de Jesus é opção para
construir a estabilidade e segurança que desejamos.
Não nos iludamos. A vida tem propósitos de progresso e
felicidade. Busquemos o entendimento do jugo suave e do fardo leve
(daquele que se submete à Lei Divina), para que a tranquilidade nos abençoe o
dia. Afinal, a série dos Bem aventurados... (ou felizes aqueles) não por
acaso está à nossa disposição. Busquemos o Cristo, iniciemos com o primeiro
passo, sem alarde, sem receio, com disposição!
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