Segurança das comunicações - Bons médiuns e médiuns imperfeitos
Nas deturpações
que se acentuam, recomendação de Sócrates previne - Uma homenagem de gratidão ao médium Chico Xavier.
Orson Peter Carrara – orsonpeter92#gmail.com
Nas aberrações ou deturpações doutrinárias que se apresentam
de forma tão abrangente na atualidade, com todo tipo de insinuação descabida ou
mesmo abusos provindos de pretensões que nem se pode imaginar, no trato com
a mediunidade, nunca será demais buscarmos O Livro dos Médiuns,
fonte de segurança na boa condução da prática espírita.
Conforme considera o próprio Codificador (capítulo XVI – Médiuns
Especiais – 2ª parte), especificamente no item 195, considerando “(...) a
influência que as qualidades e as dificuldades dos médiuns podem exercer quanto
à segurança das comunicações (...)”, o capítulo reúne vários quadros (cujos desdobramentos
estão estudados nos capítulos que se seguem na obra) sobre a variedade
mediúnica. É que, segundo as qualidades morais do médium (original no
livro no próprio item citado), Kardec apresenta uma classificação dos
comportamentos que definem os Médiuns imperfeitos (item 196) e Bons
Médiuns (item 197). Transcrevemos na íntegra os dois itens e também os
comentários de Erasto e a recomendação de Sócrates, que previne das citadas e
tão comuns confusões que se estabelecem nas comunicações. É exatamente o que
disse o Codificador: as qualidades e as dificuldades dos médiuns exercem
influência sobre a segurança das comunicações (acima transcrita).
Segue para apreciação do leitor, valendo-nos do portal
www.kardecpedia.com
196. Médiuns
imperfeitos.
Médiuns obsidiados: os que não podem desembaraçar-se de Espíritos
importunos e enganadores, mas não se iludem.
Médiuns fascinados: os que são iludidos por Espíritos enganadores e se iludem
sobre a natureza das comunicações que recebem.
Médiuns subjugados: os que
sofrem uma dominação moral e, muitas vezes, material da parte de maus Espíritos.
Médiuns levianos: os que não tomam a sério suas faculdades e delas
só se servem por divertimento, ou para futilidades.
Médiuns indiferentes: os que nenhum
proveito moral tiram das instruções que obtêm e em nada modificam o proceder e
os hábitos.
Médiuns presunçosos: os que têm a pretensão de se acharem em relação
somente com Espíritos superiores. Creem-se infalíveis e consideram inferior e
errôneo tudo o que deles não provenha.
Médiuns orgulhosos: os que se envaidecem das comunicações que lhes são dadas;
julgam que nada mais têm que aprender no Espiritismo e não tomam para si as
lições que recebem frequentemente dos Espíritos. Não se contentam com as
faculdades que possuem, querem tê-las todas.
Médiuns suscetíveis:
variedade dos médiuns orgulhosos, suscetibilizam-se com as críticas de que
sejam objeto suas comunicações; zangam-se com a menor contradição e, se mostram
o que obtêm, é para que seja admirado e não para que se lhes dê um parecer.
Geralmente, tomam aversão às pessoas que os não aplaudem sem restrições e fogem
das reuniões onde não possam impor-se e dominar.
“Deixai que se vão pavonear algures e procurar ouvidos mais
complacentes, ou que se isolem; nada perdem as reuniões que da presença deles
ficam privadas.” – Erasto
Médiuns
mercenários: os que exploram suas faculdades.
Médiuns ambiciosos: os
que, embora não mercadejem com as faculdades que possuem, esperam tirar delas
quaisquer vantagens.
Médiuns de má-fé: os que, possuindo faculdades reais, simulam as de
que carecem, para se darem importância. Não se podem designar pelo nome de
médium as pessoas que, nenhuma faculdade mediúnica possuindo, só produzem
certos efeitos por meio da charlatanaria.
Médiuns egoístas: os que
somente no seu interesse pessoal se servem de suas faculdades e guardam para si
as comunicações que recebem.
Médiuns invejosos: os que
se mostram despeitados com o maior apreço dispensado a outros médiuns, que lhes
são superiores.
Todas estas más qualidades têm necessariamente seu
oposto no bem.
197. Bons
médiuns.
Médiuns sérios: os que unicamente para o bem se servem de suas
faculdades e para fins verdadeiramente úteis. Acreditam profaná-las,
utilizando-se delas para satisfação de curiosos e de indiferentes, ou para
futilidades.
Médiuns modestos: os que nenhum reclamo fazem das comunicações
que recebem, por mais belas que sejam. Consideram-se estranhos a elas e não se
julgam ao abrigo das mistificações. Longe de evitarem as opiniões
desinteressadas, solicitam-nas.
Médiuns devotados: os que compreendem que o verdadeiro médium tem
uma missão a cumprir e deve, quando necessário, sacrificar gostos, hábitos,
prazeres, tempo e mesmo interesses materiais ao bem dos outros.
Médiuns seguros: os que, além da facilidade de execução, merecem
toda a confiança, pelo próprio caráter, pela natureza elevada dos Espíritos que
os assistem; os que, portanto, menos expostos se acham a ser iludidos. Veremos
mais tarde que esta segurança de modo algum depende dos nomes mais ou menos
respeitáveis com que os Espíritos se manifestem.
“É incontestável, bem o sentis, que, epilogando assim as qualidades e os
defeitos dos médiuns, isto suscitará contrariedades e até a animosidade de
alguns; mas, que importa? A mediunidade se espalha cada vez mais e o médium que
levasse a mal estas reflexões, apenas uma coisa provaria: que não é bom médium,
isto é, que tem a assisti-lo Espíritos maus. Ao demais, como já eu disse, tudo
isto será passageiro e os maus médiuns, os que abusam, ou usam mal de suas
faculdades, experimentarão tristes consequências, conforme já se tem dado com
alguns. Aprenderão à sua custa o que resulta de aplicarem, no interesse de suas
paixões terrenas, um dom que Deus lhes outorgara unicamente para o adiantamento
moral deles. Se os não puderdes reconduzir ao bom caminho, lamentai-os,
porquanto, posso dizê-lo, Deus os reprova.” - Erasto.
“Este
quadro é de grande importância, não só para os médiuns sinceros que, lendo-o,
procurarem de boa-fé preservar-se dos escolhos a que estão expostos, mas também
para todos os que se servem dos médiuns, porque lhes dará a medida do que podem
racionalmente esperar. Ele deverá estar constantemente sob as vistas de todo
aquele que se ocupa de manifestações, do mesmo modo que a escala
espírita, a que serve de complemento. Esses dois quadros reúnem todos os
princípios da doutrina e contribuirão, mais do que o supondes, para trazer o
Espiritismo ao verdadeiro caminho.” - Sócrates.
Como bem disse Sócrates, será bom ter sempre à mão essa
classificação. Ela previne dos erros. É um suporte gigantesco de segurança na
observação e conclusões que podemos aproveitar.
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