Antes inexplicáveis, agora compreendidos
Potências da Natureza – ocultas e ostensivas – Orson
Peter Carrara
Sim, a ação dos Espíritos – sobre a matéria e sobre o
pensamento – constituem uma das potências da Natureza, causa de uma multidão de
fenômenos antes incompreendidos ou mal explicados e até classificados de
sobrenaturais, o que não corresponde à verdade, já que também são naturais.
Apenas equivocamente classificados. Mas agora explicados racionalmente pelo
Espiritismo.
Com outras palavras é o que encontramos no item VI da Introdução
de O Livro dos Espíritos. Referida Introdução, composta de 17
itens, é fonte riquíssima de informações, em leitura indispensável para boa
compreensão do Espiritismo e seus desdobramentos doutrinários.
O item em destaque, com vários parágrafos, é um resumo da
Doutrina ditada pelos Espíritos e compilada por Allan Kardec, o Codificador, ou
seja, o organizador desses ensinos na publicação das obras.
No citado resumo encontramos, por exemplo, entre outras
informações:
a) a) Os Espíritos bons nos atraem para o
bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e
resignação. Os maus nos impelem para o mal: é-lhes um gozo ver-nos sucumbir e
assemelhar-nos a eles;
b) b) As comunicações dos Espíritos com os
homens são ocultas ou ostensivas. As ocultas se verificam pela influência boa
ou má que exercem sobre nós, à nossa revelia. Cabe ao nosso juízo discernir as
boas das más inspirações. As comunicações ostensivas se dão por meio da
escrita, da palavra ou de outras manifestações materiais, quase sempre pelos
médiuns que lhes servem de instrumentos;
c) c) Os Espíritos superiores se comprazem nas
reuniões sérias, onde predominam o amor do bem e o desejo sincero, por parte
dos que as compõem, de se instruírem e melhorarem. A presença deles afasta os
Espíritos inferiores que, inversamente, encontram livre acesso e podem obrar
com toda a liberdade entre as pessoas frívolas ou impelidas unicamente pela
curiosidade e onde quer que existam maus instintos. Longe de se obterem bons
conselhos, ou ensinamentos úteis, deles só se devem esperar futilidades,
mentiras, gracejos de mau gosto, ou mistificações, pois que muitas vezes tomam
nomes venerados, a fim de melhor induzirem ao erro;
d) d) A moral dos Espíritos superiores se resume,
como a do Cristo, nesta máxima evangélica: Fazer aos outros o que quereríamos
que os outros nos fizessem, isto é, fazer o bem e não o mal. Nesse princípio
encontra o homem uma regra universal de proceder, mesmo para as suas menores
ações.
Notem que, propositalmente, selecionei trechos parciais e
não sequencias do referido item da citada Introdução, justamente para motivar o
leitor a buscar o exemplar e ler pelo menos o item na íntegra, repleto de
informações vitais para o entendimento espírita, dentro da grandiosidade da
íntegra dos 17 itens da introdução completa.
Percebe-se, com clareza, que apenas nos 4 destaques acima,
há um universo de considerações que podem ser extraídas. Por isso a riqueza do
conhecimento espírita. A obra de Kardec está à disposição para constantemente
ser buscada e estudada. Os equívocos, dificuldades, decepções e deturpações que
surgem todo dia são resultantes da ausência de um estudo mais aprofundando, meditado,
pesquisado e conhecido em suas sutilezas. Cada frase, cada afirmação abre um
universo que precisa ser desbravado, inclusive com exemplos do cotidiano.
Justamente para compreender quem são os Espíritos, o que fazem, porque nos
procuram...
E, claro, que leis regem esse contato entre o mundo
espiritual e o mundo físico. Como isso ocorre? A variedade de circunstâncias e
ocorrências é outro ângulo importante da questão, que não pode ser desprezada.
E não outro caminho para evitar distorções dispensáveis
senão o conhecimento. Este ilumina, orienta, conduz e liberta de vícios e
condicionamentos que são introduzidos justamente pela ausência de conhecimento.
Mediunidade, médiuns, espíritos são naturais na vida humana.
Paremos de inventar, de querer introduzir práticas incoerentes. A prática
espírita caminha pela racionalidade e pelo bom senso.
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