Picos de tola vaidade e descabidas pretensões

 




Síndrome de Deus – Orson Peter Carrara

 

Por ilusão, imaturidade, orgulho e mesmo por simples ignorância e até por perversidade, queremos nos colocar no lugar de Deus!

Queremos impor, ordenar, manipular, conduzir, enchendo-nos da falsa postura de os únicos capazes, os mais poderosos, os chamados “maiorais”, numa expressão popular.

Esquecemo-nos de nossas limitações e carências, esquecendo igualmente nossa condição de meros aprendizes. E, iludidos, queremos fazer aquilo que não nos cabe, fugindo da compreensão de que estamos submetidos às Leis de Deus, sábias e generosas, mas também justas. Julgamos ter o poder de solucionar todos os reveses e problemas – com o nosso precaríssimo ponto de vista que é parcial –, de soluções e direcionamentos que não alcançamos, pois somente Deus tem a visão completa dos fatos, dos rumos.

E quando verificamos nossos próprios fracassos, que vão naturalmente acontecer, começamos a inventar, a fraudar, a enganar, para tentar provar nossa suposta superioridade no trato com os desafios. Isso acontece em todos os segmentos da vida, individual e coletivamente. Acontece em família, na profissão, nos meios religiosos, com autoridades, nos meios sociais e até com habitantes do mundo espiritual, que também têm desafios a enfrentar. E como os espíritos são meramente criaturas humanas fora da densidade corporal e ainda na condição de aprendizes, tentativas de manipulação e mentira também ocorrem entre eles e inclusive na interação conosco – os encarnados, se ainda estivermos dominados pelos sentimentos de pretensa superioridade.

Tudo isso ocorre porque ainda trazemos dentro de nós – aguardando a própria decisão individual de erradicá-las – as mazelas morais da inveja, do ciúme, da vaidade, do orgulho e todos os desdobramentos delas decorrentes.

Para bem compreendermos nossa pequenez e interrompermos esses ciclos ou picos de tola vaidade e descabidas pretensões, é oportuno buscar as questões 1 a 13 de O Livro dos Espíritos, que abordam sobre Deus. Inclusive sobre os atributos do Criador, nas questões 10 a 13. E já que estaremos com a obra em mãos, aproveitemos para também ler e meditar sobre o item VI da Introdução da obra, onde está um resumo da Doutrina Espírita, trazido pela revelação dos próprios espíritos que ditaram a Codificação nas perguntas apresentadas pelo Codificador Allan Kardec. Nunca será demais ler e reler, estudar esses itens.

Busquemos também as questões 913 a 917, que abordam o egoísmo, essa chaga moral, causadora de todos esses transtornos que enfrentamos na atualidade.

O que se percebe, com clareza, que há muito ainda a ser assimilado. Há muito o que estudar, conhecer, pesquisar. O conteúdo da Codificação Espírita é muito vasto, claro, lógico. Estudar esses itens, compará-los com as lutas individuais e coletivas da atualidade, é crescer não só no conhecimento, mas ir percebendo a grandeza das Leis Divinas, que nos convidam à conquista das virtudes, ao invés de ficarmos focados no egocentrismo de tão funestas consequências.

 

 


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