Um filme extraordinário
Nunca esqueçamos a bondade – Orson Peter Carrara
Nesse esforço educativo que devemos cultivar em nós mesmos,
a bondade é virtude por excelência. Ela é capaz de grandes prodígios nos
relacionamentos. Quem é beneficiado por um gesto de bondade saberá, melhor do
que ninguém, dizer dos reflexos e desdobramentos que a virtude é capaz de
promover.
Alguém já disse que “Deus não esquecerá seu gesto de
bondade”. Claro que afirmar que Deus “não esquecerá” é adaptar a Bondade
Absoluta às nossas míseras condições, onde a ingratidão ainda se faz presente,
podendo fazer a omissão ou a indiferença se fazerem presentes no lugar da
bondade, por força de um esquecimento até consciente. Mas é uma linguagem
figurativa importante que bem diz da própria Lei de Amor estabelecida pelo
Criador faz com que sempre recebamos de volta tudo que fizermos, inclusive,
claro, a bondade que tenhamos oferecido e vivido. É outra forma de dizer,
apenas.
Isso, porque As Bem-aventuranças, como ensinamentos de
Jesus, enfatizam que a verdadeira felicidade e o Reino de Deus estão ligados à
prática da bondade para com o próximo, refletindo a natureza divina do amor e
da misericórdia.
Essas considerações surgiram após ver o filme Pássaro
Branco – Uma história de extraordinário, produção americana de 2023,
cujas especificações técnicas estão disponíveis na net. O título justifica o
conteúdo: é realmente um filme extraordinário.
Abstenho-me de incluir sinopse, para instigar ainda mais a
curiosidade do leitor. A reflexão sobre a bondade, ou a falta dela, é a
essência do filme. E como a bondade precisa igualmente ser cultivada,
incentivada, conquistada, num verdadeiro processo autoeducativo da alma, com
reflexos à nossa volta, ver o filme, refletir com o que a crueldade é capaz de
fazer ou sentir os efeitos contrários, quando a bondade é cultivada, leva-nos a
pensar quanto poderíamos fazer para ter um mundo melhor, ainda dominado pela
agressividade.
Um simples gesto, uma pequena e espontânea atitude, são
capazes de prodígios nos relacionamentos. No caso em questão, uma história
pessoal contada pela avó ao neto rebelde e agressivo o fez repensar suas
próprias atitudes e culmina com mudanças no comportamento, num diálogo
magnífico entre avó e neto durante toda a exibição.
O cenário é Segunda Guerra Mundial com seus horrores
próprios, mas a essência, como afirmei acima, fica por conta da reflexão sobre
essa grande virtude: a bondade. Não podemos esquecê-la. Temos que trazê-la ao
próprio comportamento. Afinal, por que não?
O egoísmo ainda predomina no comportamento humano, mas o
buscar de mudanças é viável, é possível, com grandes benefícios individuais e
coletivos.
Enquanto o egoísmo é capaz de promover pequenas ou grandes
guerras, a bondade – que age com renúncia e compreensão – é capaz de
transformar vidas.
É um processo educativo, não há como descartar esse aspecto.
Começa em nós, mas é capaz de contagiar. Parece-nos, claramente, que precisamos
desses incentivos, desses estímulos.
Ocorre-nos dizer, inclusive, que o filme poderá ser
utilizado em escolas e mesmo em diálogos muito construtivos entre jovens e
também em adultos. Afinal, nunca é tarde para uma autoanálise pessoal de como
estamos em relação a esses dois opostos: a agressividade e a bondade.
O melhor do filme é que fica um convite no ar para sermos
bons.
Agora deixo aos leitores pesquisarem e não perderem a chance
dessa profunda reflexão.
Para não alongar e concluir, sugiro ao leitor pensar e
pesquisar sobre a excelente virtude e sua estreita ligação com as Bem-Aventuranças...

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