Na prática, sensibilizando

 – Orson Peter Carrara
               
Todos temos grande necessidade da prática para absorver conhecimentos e transformar a teoria em vivência real daquilo que vamos aprendendo. Aliás, não é desconhecido que a experiência continuada nos faz habilidosos na atividade a que nos dedicamos. Justamente pela dedicação, pelo empenho, esforço e conhecimento aplicado é que nos tornamos experientes e capazes de superar desafios que a atividade pode apresentar.
Nas profissões e demais atividades cultivadas com constância nos faz dominar a prática. Por isso é comum encontrar farmacêuticos, pedreiros, eletricistas, mecânicos, médicos, professores e profissionais de todas as áreas que se destacam. Não é diferente com os pais, com cientistas e mesmo com o progresso em geral em todas as áreas que vão acumulando experiências e aperfeiçoando métodos, técnicas e procedimentos.

Com o aspecto moral não é diferente. A luta perseverante na conquista de virtudes, o cuidado com a vivência e transmissão educativa aos filhos, alunos e crianças, a busca constante por ser melhor vai nos amadurecendo. Há um detalhe, porém, que também existe nas demais atividades humanas, que parece tornar-se mais expressivo no campo moral: a acomodação ou a permanência na zona de conforto do comportamento.
               
Normalmente somos bastante teóricos, imensamente necessitados da efetiva prática de virtudes como a tolerância, o desprendimento, o perdão, a caridade, entre outras tantas outras. Nesse campo da moral, todavia, há um instrumento muito eficiente que nunca pode ser esquecido para não ficarmos apenas na teoria: é a sensibilização. É uma ferramenta poderosa a nos auxiliar no processo de desenvolvimento moral.
               
Falar e ouvir teoria é muito fácil e cômodo. Ouvir e ver exemplos, constatar na reflexão o exemplo de grandes destaques humanos parece-nos ser um dos grandes meios de melhora de nós mesmos. É que o exemplo arrasta, como indica o ditado popular.
               
E exemplos marcantes na história não faltam. Há nomes em todas as épocas de homens e mulheres marcantes que mudaram a história do mundo, deixando legados preciosos de exemplos morais.
               
Por isso é bom buscar biografias, estuda-las e divulga-las. Filmes ou peças teatrais baseadas em fatos reais tocam a sensibilidade, levam às lágrimas e conduzem à reflexões de profundidade.
               
Busque-se, por exemplo o filme ou o livro Os Miseráveis, de Victor Hugo, na transformação promovida em seu principal protagonista por causa de uma atitude de um sacerdote que soube sentir o momento de ajudar um homem em agonia.
               
Ou ainda sentir as inúmeras virtudes de Nelson Mandela com Invictus. O que não dizer dos exemplos de Madre Tereza, Irmã Dulce ou Chico Xavier, cujas vidas exemplares igualmente se transformaram em livros e filmes.
               
É que os exemplos são tocantes, capazes de provocar estímulos reais de transformação interior, independente de crenças ou títulos religiosos. Citei apenas os casos acima, mas os exemplos são inumeráveis. Basta breve pesquisa biográficas de nomes destacados da história ou em personagens anônimos como mães e pais que souberam marcar para sempre o coração dos filhos. São exemplos que alteram a história humana.
               
Como o caso do menino com dificuldades de aprendizado no filme Como estrelas na Terra toda criança é especial, onde um professor interessa-se pelo caso do aluno, causando expressiva e transformadora influência na vida da família, da escola e de várias outras famílias, em exemplo que virou comovente filme.
               
É que a prática do bem sensibiliza, comove, transforma. Por isso mais que teoria, o amor na prática, é o grande segredo para conquistar e transformar vidas.
              

               

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