Equívocos alimentados

 


Tá sobrando... – Orson Peter Carrara

 

Em nosso comportamento coletivo tá sobrando orgulho, vaidade, cobiça, egoísmo e todos os desdobramentos daí advindos. Por isso o quadro perturbador da atualidade.

Emmanuel chega dizer que essas mazelas “(...) se responsabilizam pela discórdia e pela delinquência em todas as direções (...)”. É o que estamos vendo no planeta todo. Isto está no capítulo 24 – Humildade, do fabuloso livro Pensamento e Vida, na psicografia de Chico Xavier (edição FEB). É que a “(...) humildade (...) no fundo, é reconhecimento de nossa pequenez diante do Universo (...)”, como também afirma no mesmo parágrafo.

Movidos pela vaidade e pelo orgulho, cometemos o equívoco de nos considerarmos os melhores, os mais sábios, os mais capazes. Não somos! Convenhamos! Não somos! O atento reconhecimento de nossas limitações e carências levaria à adoção da atitude de perceber nossa pequenez e não estaríamos petrificados pela descabida pretensão de superioridade (sobre qualquer aspecto que se busque, seja na vida familiar, profissional ou social) sobre os outros. Quanta ilusão nisso! Daí as discórdias alimentadas, a delinquência galopante nos variados segmentos da vida humana.

O citado capítulo, que traz o nome da grande virtude, é um primor. O autor relaciona a grande virtude a diversos aspectos da vida e da convivência, por isso estimulo o leitor a ler, estudar, refletir sobre capítulo tão valioso. Todavia, reservo dois parágrafos fundamentais:

a)     Possuída pelo espírito da posse exclusivista, a alma acolhe facilmente o desespero e o ciúme, o despeito e a intemperança, que geram a tensão psíquica, da qual se derivam perigosas síndromes na vida orgânica, a se exprimirem na depressão nervosa e no desequilíbrio emotivo, na ulceração e na disfunção celular, para não nos referirmos aos deploráveis sucessos da experiência cotidiana, em que a ausência da humildade comanda o incentivo à loucura, nos mais dolorosos conflitos passionais.

b)     Humildade não é servidão. É, sobretudo, independência, liberdade interior que nasce das profundezas do espírito, apoiando-lhe a permanente renovação para o bem.

Ainda que não tenhamos aqui a íntegra do capítulo, notemos a importância das duas transcrições. Quanta sabedoria aí exposta, abrindo leque de considerações.

Vaidade e excitação do ego não fazem bem. Antes, iludem. A lei da vida é de solidariedade e não agir nessa direção é contravenção. Sugiro ao leitor buscar o texto na íntegra. Sua leitura mostra a realidade dos dias atuais, onde sobram aquelas mazelas relacionadas para iniciar o comentário e faltam os esforços na aquisição da grande virtude da Humildade, que nos convida a nos colocarmos no nosso devido lugar: aprendizes bem capengas ainda...

Qualquer pretensão dominadora, mandona, manipuladora, exclusivista e especialmente egoísta, mas também carregada da ilusória vaidade, precipita-nos no vale dos iludidos...

O mundo assim está porque ainda nos achamos a última bolacha do pacote, usando linguajar popular. Achamos que somos e podemos, mas o tempo, esse sábio instrutor nos levará compreender que não somos, nem podemos. Estamos submetidos à Lei Maior, eterna e imutável, de Deus, que embora misericordiosa, é justa. E justiça lembra imparcialidade, onde não entram nem os privilégios de qualquer espécie, nem as preferências que julgamos possuir.

 


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